2013: um ano decisivo para o Zimbabué
No dia 31 de julho, os zimbabueanos foram às urnas para eleições gerais. A 16 de março, já foi aprovada uma nova Constituição com 94,5 por cento dos votos. Um país na luta para se recuperar do caos econômico.
Mais Mugabe
Desde a independência, o Zimbabué não conheceu outro líder: Robert Mugabe governa o país ininterruptamente desde a independência da Grã-Bretanha no ano de 1980. Tem 89 anos de idade e está no poder há mais de 33 anos. Segundo os resultados oficiais da eleição presidencial do dia 31 de julho, Mugabe foi reeleito com 61% dos votos.
Zimbabué, o antigo celeiro de África
No dia 31 de julho, os zimbabueanos foram às urnas para eleger o seu Presidente e os seus deputados em eleições gerais. A 16 de março, já foi aprovada uma nova Constituição com 94,5 por cento dos votos. Mas o país ainda luta para se recuperar do caos económico dos últimos anos. Em épocas melhores, o Zimbabué já foi conhecido como "o celeiro de África".
Reforma agrária provocou inflação
A partir de 2000, o governo começou a confiscar fazendas de proprietários brancos para redistribuí-las aos zimbabueanos negros. Nos anos seguintes, a produção agrícola caiu pela metade e a inflação aumentou drasticamente. Houve escassez de combustíveis, alimentos e medicamentos. Os zimbabueanos culparam a reforma agrária. O partido ZANU-PF, de Robert Mugabe, culpou a seca e as sanções ocidentais.
Sanções internacionais
Em 2002, o Reino Unido, os Estados Unidos e a União Europeia responderam às violações de direitos humanos no Zimbabué impondo sanções ao Presidente Robert Mugabe e seus aliados. O Fundo Monetário Internacional cortou a ajuda financeira ao país e a União Europeia cancelou o apoio a todos os projetos no território.
Violência
Até as eleições gerais de 2008, Mugabe e o ZANU-PF tinham governado o país. Mas em 2008, Morgan Tsvangirai, do partido MDC, venceu a primeira volta do escrutínio com a maioria relativa dos votos. Os partidários do ZANU-PF de Mugabe reagiram com uma onda violência. Como não viu as condições para uma campanha justa, Tsvangirai retirou-se da corrida antes da segunda volta, que foi ganha por Mugabe.
A divisão do poder
Após as eleições de 2008, a pressão de líderes regionais fez com que Mugabe e Tsvangirai assinassem um acordo de partilha de poder. Esta frágil coligação entre o ZANU-PF (União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Política) de Mugabe e o MDC (Movimento para a Mudança Democrática) de Tsvangirai terminou depois das eleições gerais no dia 31 de julho de 2013.
A recuperação
Apesar da difícil fase para a política zimbabueana, a economia do país começou a mostrar sinais de recuperação em 2008. A taxa de inflação anual manteve-se abaixo de 5% desde que o país combateu a hiperinflação com a eliminação do dólar zimbabueano em 2009. Agora, os pagamentos são efetuados em cinco moedas estrangeiras (dólar norte-americano, rand sul-africano, pula do Botsuana, euro e libra).
A pobreza assola o país
Apesar da abundância de recursos naturais no país como o carvão, platina, minério de ferro, ouro e diamantes, a maioria dos zimbabueanos vivem com menos de 1,25 dólares por dia. 80% dos zimbabueanos estão abaixo da linha de pobreza. A taxa de desemprego atinge 90%. Face a este cenário, muitos zimbabueanos emigraram nos últimos anos para países vizinhos como a África do Sul e Moçambique.
Recursos minerais não beneficiam população
Os campos de diamantes de Marange foram descobertos em 2006 e têm sido descritos como os mais ricos do mundo. Mas devido à corrupção, tudo indica que apenas a elite do país beneficia da abundância dos recursos minerais no Zimbabué. De acordo com organização não governamental Partnership Africa Canada (PAC), dois mil milhões de dólares já foram parar nos bolsos de altos funcionários do governo.
As ameaças da polícia
O Zimbabué continua a sofrer com a desigualdade social, abusos dos direitos humanos e a falta de liberdade de imprensa. Em 2011, 46 ativistas dos direitos humanos foram presos por supostamente terem incitado pessoas a se manifestar contra o governo. Até hoje, a repressão policial continua.