Angola prepara-se para o primeiro censo geral desde a independência
7 de maio de 2014Os últimos dados sobre a população angolana residente no país datam de 1970, altura em que se estimou viverem cerca de seis milhões de habitantes neste país da costa ocidental africana.
Quarenta e quatro anos depois, Angola prepara-se para lançar um processo à escala nacional que vai permitir “tirar a fotografia” ao número de habitantes e às condições de vida do país.
O censos começou a ser montado há quatro anos e arranca a 16 de maio deste ano, durante 15 dias. As autoridades do país estimam que com o recenseamento da população possam ter uma nova visão sobre as necessidades, assim como sobre as infraestruturas em falta. O processo vai ainda contabilizar o número as profissões e o regime de vínculo dos angolanos às empresas.
Cidadãos pouco informados
Maria Gonçalves e Marília Almeida são apenas duas cidadãs que estão a par do recenseamento demográfico e têm palpites sobre a importância do mesmo: “os censos são importantes porque permitem distribuir melhor os recursos naturais” e porque “sabemos quantos profissionais temos em termos de áreas de formação, assim como o número de professores, mulheres, homens, crianças, idosos”.
Porém, a poucos dias do início do processo, há também quem não esteja informado sobre o que se vai passar. “Não sei, nem tenho informações sobre isso”, comentou uma transeunte de Luanda, que preferiu não dar o nome.
O país deverá beneficiar dos dados que forem recolhidos, na medida em que poderão ser usados para gizar novos programas e estratégias governamentais para melhorar a qualidade de vida dos angolanos.
Segundo dados do Governo, o processo vai custar aos cofres do Estado mais de 50 milhões de dólares.
INE está a formar técnicos
O diretor-geral do Instituto Nacional de Estatística (INE), Camilo Ceita, acredita que quem tem acesso à comunicação social vai estar envolvido no ato censitário.
“Podemos afirmar que toda a população de Angola que tem acesso a televisão, rádio e jornais já ouviu, pelo menos, falar sobre o que é o censos”, comenta.
Nesta altura decorrem por todo o país várias formações a candidatos a recenseadores.
“Vamos formar 91 mil recenseadores e supervisores e destes vamos escolher 71 281 profissionais. Quando acabarmos a formação, vamos fazer escolhas começando por aqueles que tiveram notas melhores”, explica Camilo Ceita.
Estima-se que a atual população de Angola seja de 21 milhões de habitantes, mas os números só poderão ser confirmados com os resultados do processo, que devem ser conhecidos alguns meses depois do fim do censos.