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SociedadeSão Tomé e Príncipe

STP: Barricadas e pneus em chamas para exigir estradas

Lusa
6 de janeiro de 2024

A população de Ponta Baleia, no sul de São Tomé, ergueu barricadas de madeira e incendiou pneus para exigir a reabilitação da estrada degradada que dá acesso à zona. Autoridades não conseguem travar protesto.

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Foto ilustrativa
Foto ilustrativaFoto: DW/M. Yonas Bula

Autoridades policiais e da autarquia de Ponta Baleia, sul de São Tomé, estão no terreno, mas não conseguiram convencer a população a suspender o protesto iniciado na noite de sexta-feira (05.01) para ecigir a reabilitação da esrada que dá acesso à zona.

"Nós queremos que o Governo resolva o problema da estrada, porque nós não temos estrada para sair de Emolve para Porto Alegre [...]. Está totalmente danificada, é por isso que nós fizemos barricada para sair desta situação", relatou o morador Aladino do E. Santo.

"Não podemos ficar assim, enquanto não houver reparação da estrada ela não pode ficar aberta", vincou uma 'palayê' (vendedora de peixe), que reclama das dificuldades na deslocação para venda do pescado na cidade.

Outro morador sublinhou que a população do sul de São Tomé e Príncipe está "a viver mal", sublinhando que devido à degradação da via o transporte para a cidade custa 200 dobras (cerca de 4 euros) para ir e regressar.

"Nós somos pescadores, não dependemos de ninguém [...]. O Governo tem até quarta-feira para mandar as máquinas para melhorar a estrada, porque senão vamos continuar com a barricada em outras zonas", disse.

Situação "altamente negativa"

O comandante da polícia distrital de Caué considerou que a situação está "altamente negativa porque o povo está revoltado" e não aceita levantar o protesto.

Uma viagem ao passado colonial são-tomense

O presidente da Câmara distrital de Caué, António Monteiro, disse que "a situação está um pouco difícil porque a população está toda revoltada" devido à estrada "que se vai degradando a cada dia que chove". António Monteiro disse que tem mantido contactos com o Governo e sublinhou o interesse do Executivo em iniciar a resolução da situação a partir da próxima semana.

"Eu não posso garantir a 100%, mas eu sei que o Governo tudo fará para termos uma estrada minimamente com condições, porque todos nós sabemos que a situação em que está a estrada só nos provoca morte", sublinhou o líder da autarquia de Caué.

Em busca de financiamento

António Monteiro, que preside à Coligação Movimento de Cidadãos Independentes-Partido Socialista/Partido de Unidade Nacional (MCI-PS/PUN) que detém 100% dos vereadores na Assembleia Distrital de Caué, e cinco deputados na assembleia Nacional com acordo de incidência parlamentar com o partido do Governo, disse que a conjuntura internacional não está a facilitar a ação do Executivo.

"O Governo está sensível, está a procura de financiamento, mas como sabem as coisas não estão fáceis, nós dependemos dos países estrangeiros e a situação da guerra complica tudo em São Tomé e Príncipe", referiu António Monteiro.

Numa altura em que o ministro das Infraestruturas se demitiu do cargo há uma semana, a população exige a presença do primeiro-ministro Patrice Trovoada para dar garantias concretas do início de obras na estrada.

 Devido ao mau estado da estrada, alguns turistas locais e estrangeiros ficaram retidos no extremo sul da ilha e queixam-se de prejuízos nas suas agendas bem como despesas extras com hotéis onde passaram a noite.

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