Bloco Democrático acusa MPLA de subornar os seus membros
15 de fevereiro de 2022Emprego, dinheiro e bens materiais terão sido as ofertas de pessoas ligadas ao Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) para Adília Kalongole Cassingue deixar o Bloco Democrático (BD) e juntar-se ao partido no poder.
A responsável dos bloquistas no município do Chongoroi, na província de Benguela, conta à DW África que foi aliciada na sua própria casa.
"São indivíduos do MPLA que dizem ter um programa para que eu me possa enquadrar no MPLA, que têm propostas para me pôr bem. Naquele momento não respondi nada e começaram a prometer-me coisas."
Uma acusação sem provas
A militante do BD diz que lhe ofereceram "fundos, emprego e tantas outras coisas, e começaram a perguntar" qual era o seu nível académico. Segundo Cassingue, as pessoas "estão identificadas". No entanto, não avança nomes.
O secretário provincial do Bloco Democrático em Benguela, Zeferino Kuvingwa, refere apenas que foram "altas figuras" locais do MPLA.
"Foi aliciada pela administração municipal do Chongoroi para abandonar o BD e aderir ao partido que sustenta o Governo, supostamente em troca de títulos, de pastas no seu partido e na administração", diz.
MPLA pede nomes
Kuvingwa condena a atitude, sobretudo tendo em conta que faltam poucos meses para as eleições gerais, previstas para agosto deste ano.
"Tenho a certeza que, se a companheira aceitasse o convite, o aliciamento por questões materiais seria uma prenda para a abertura do ano político do MPLA, como sempre fizeram. Dois dias depois, a companheira Adília seria abandonada a vender jinguba no mercado Chongololo", acredita o secretário provincial do BD.
Mas Ernesto Pinto, o primeiro secretário municipal do MPLA no Chongoroi, diz que as acusações não correspondem à verdade: "Nunca alertei alguém para praticar esse ato."
O responsável desafia, por isso, a bloquista: "Que ela diga quem é, nós temos mecanismos para tratar o assunto ao nível do partido."