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DesastresSomália

Cheias no centro da Somália fazem pelo menos 22 mortos

AFP | Lusa | EFE
15 de maio de 2023

Inundações repentinas no centro da Somália fizeram pelo menos 22 vítimas mortais e afetaram mais de 460 mil pessoas, depois de o rio Shabelle ter transbordado as margens, obrigando milhares a abandonar as suas casas.

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Inundações na Somália (arquivo)
Inundações na Somália (arquivo)Foto: picture alliance/AP Photo

"Segundo as estimativas iniciais, as inundações e as cheias repentinas na Somália afetaram pelo menos 460.470 pessoas, das quais 219.000 foram deslocadas das suas casas, principalmente em zonas propensas a inundações, e 22 morreram", informou este doingo (14.05) o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

As inundações "deixaram um rasto de destruição, inundando casas e terrenos agrícolas, arrastando o gado, encerrando temporariamente escolas e instalações de saúde e danificando estradas", revela a agência da ONU num relatório sobre a situação.

As fortes chuvas afetaram particularmente os estados de Hirshabelle (centro-sul) e Jubaland (sudeste). Fartun Ali, de 35 anos e mãe de oito filhos, contou à AFP que esta foi a quinta vez que fugiu das cheias em Beledweyne, na região de Hiran.

De acordo com uma previsão da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), são esperadas chuvas mais moderadas a fortes em várias zonas do país até 17 de maio.

Adaptar o gado às alterações climáticas na Somália

Fenómenos meteorológicos extremos

As cheias seguem-se a uma seca recorde que deixou milhões de somalis à beira da fome, num país assolado por uma insurreição islâmica há décadas.

Os especialistas afirmam que os fenómenos meteorológicos extremos estão a ocorrer com maior frequência e intensidade devido às alterações climáticas.

No início deste mês, 135 pessoas morreram e mais de 9.000 ficaram desalojadas devido a chuvas fortes no Ruanda, de acordo com o Governo.

Na semana passada, as chuvas torrenciais na República Democrática do Congo (RDC) e consequentes deslizamentos de terras e inundações provocaram a morte a mais de 400 pessoas.

No final de 2019, pelo menos 265 pessoas morreram e dezenas de milhares ficaram desalojadas durante dois meses de chuvas incessantes em vários países da África Oriental.

As chuvas extremas afetaram cerca de dois milhões de pessoas e arrastaram dezenas de milhares de cabeças de gado no Burundi, Djibuti, Etiópia, Quénia, Somália, Sudão do Sul, Tanzânia e Uganda.