Cidadãos de Benguela contentes com regresso à normalidade
15 de setembro de 2021Pouco a pouco, regressa a normalidade. A cerca sanitária em Luanda foi levantada. Lentamente, regressam também várias atividades económicas, e a época balnear abre esta quarta-feira (15.09). Os especialistas da Proteção Civil e Bombeiros dizem que está tudo preparado.
"Nós, serviços de proteção civil e bombeiros, ao longo desde período estivemos envolvidos em preparação combativa para aprimorar os níveis técnicos e táticos, bem como a capacidade física dos nossos efetivos, para darem maior resposta naquilo que virá a ser a frequência das praias ao longo da época balnear depois justamente de mais de um ano com restrição", disse à DW África o porta-voz em Benguela, Jorge David Sacundongo.
É um desapertar das restrições que é saudado por muitos cidadãos em Benguela, incluindo por Cassiane Santos, uma estudante de 25 anos de idade. Não é só o regresso da época balnear que é importante, é também o facto de lentamente a economia da província estar a reanimar.
Cassiane conta que o período de confinamento foi muito difícil para a sua família. O pai é gerente hoteleiro e enfrentou várias dificuldades, sobretudo por causa da cerca sanitária em Luanda. Deixou de haver clientes. "Quando tudo ficou fechado, para ele foi tudo mais difícil... para o pagamento do salário dos seus funcionários, conseguir os salários. Ele ficou mesmo com muitos problemas", conta.
Fim da cerca sanitária
O levantamento da cerca sanitária em Luanda também foi uma boa notícia para Isabel Caquinda. Falamos com ela pouco antes de apanhar o autocarro para Luanda.
"O preço está a me preocupar, e não sei porque é que isso aconteceu. Antes da abertura, as pessoas só encomendavam e nessas encomendam muitos já perderam dinheiro. Mas agora que abriu, as pessoas vão normalmente e chegam aos seus destinos, fazem as suas compras e voltam", diz.
Já não era sem tempo, diz José Calulicas. Este passageiro também só lamenta o preço do bilhete. "Atualmente, mesmo com o novo decreto presidencial, está muito caro. Pedimos que reduzam mais um pouco. Por exemplo, de Benguela para Luanda são 14 mil kwanzas [o equivamente a 20 euros] . É muito dinheiro", afirmou.
Mas o economista Henrique Pascoal está contente com este regresso à normalidade. Diz que é bom para as famílias, porque alguns produtos de primeira necessidade que costumam vir de Luanda já estavam a escassear. E é bom para os comerciantes.
"Também poderá aumentar as receitas das famílias no período em que o poder de compra está a diminuir. Sabemos que mais de 70% do trabalho em Angola está no mercado informal e muitas famílias têm o mercado de Luanda como um mercado aberto para escoar os seus produtos, para dinamizar os seus negócios e aumentar as suas rendas", explica.