Em Benguela, Chivukuvuku culpa MPLA pela pobreza em Angola
29 de julho de 2017O líder e candidato presidencial da CASA-CE realizou um comício popular, este sábado (29.07), para centenas de pessoas na provincia de Benguela. Abel Chivukuvuku voltou à apelar aos angolanos para que ponham fim aos 42 anos de governação do partido no poder.
Durante o seu discurso, de cerca de vinte minutos, o líder e candidato presidencial da Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral CASA-CE, Abel Chivukuvuku, recorreu ao passado histórico, para afirmar que é preciso ter em consideração que Benguela é uma província especial, de consciência muito elevada.
Chivukuvuku explicou sua tese recordando que, na época do colonialismo português – mais precisamente em 1958, quando as autoridades colonialistas de Lisboa fizeram eleições para a Presidência - enquanto Portugal tinha votado na continuidade (em Salazar), Benguela votou no general Humberto Delgado, que fazia oposição a Salazar.
Por esta razão, Abel Chivukuvuku mostrou-se otimista que os benguelenses irão dar um basta à permanência do regime do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
Pobreza e corrupção
Segundo o candidato presidencial da CASA-CE, o partido no poder é composto por dirigentes insensíveis que nada fazem pelo bem-estar dos cidadãos.
"Eu decidi, em 2012, criar a Convergencia Ampla de Salvação de Angola, e, neste momento, sou candidato a Presidente da República, por uma razão: Nós temos um país muito rico, mas o povo é sofredor. A maioria dos angolanos é pobre e não podemos permitir que num país tão rico a população continue a sofrer. E o culpado do nosso problema é o MPLA," disparou.
Chivukuvuku afirmou ainda que "o dinheiro do povo vai para os bolsos dos dirigentes. Além disso, os dirigentes angolanos são insensíveis. Não andam a pé e convivem com o povo. As pessoas são pobres por duas razões: Primeiro, os governantes mentem o dinheiro nos bolsos deles e, segundo, não querem saber do povo".
Abel Chivukuvuku voltou ainda a falar de mudança pacífica, ordeira, positiva, inclusiva e segura.
"Mudança ordeira significa que tem que ser com civilidade e deve ser feita de forma a não haver problemas futuros," disse.
Entretanto, caso seja eleito, o líder da CASA-CE condicionará a sua tomada de posse a que lhe seja explicado onde está o dinheiro alocado ao Fundo Soberano de Angola, dirigido por José Filomeno dos Santos, o filho do Presidente José Eduardo dos Santos.
"Isto quer dizer que nós não vamos tomar posse, enquanto não soubermos onde está o dinheiro do Fundo Soberano. Antes de tomar posse, temos que ver onde é que está o dinheiro da reserva do Banco Nacional de Angola, quais são as dívidas que fizeram, onde e como é que gastaram o dinheiro," enumerou.
Insistiu ainda na promessa de acabar com a fome em cinco anos e erradicar a probreza num máximo de dez anos. "Para nós, é crucial que em Angola não pode haver mais fome, no máximo em cinco anos. Todas as familias têm que ter três refeições por dia. Não pode haver mais famílias que tomam chá no jantar por falta de condições," defendeu Chivukuvuku.
Mudança e proximidade com o cidadão
Para o líder da CASA-CE, mais do que a saída de José Eduardo dos Santos do poder, o importante é que os cidadãos saibam que, "quem quer ser governante tem que estar próximo do cidadão, deve conhecer o sofrimento do cidadão, tem que conhecer a esperança e a expectativa dos cidadãos, tem que viver perto do cidadão, porque há um ditado que diz longe da vista, longe do coraçao.”
"Não podemos aceitar que, em 42 anos de Governo do MPLA, até agora as estradas não estão bem, ainda há muitas crianças que não estão na escola,a juventude termina o ensino médio e a universidade e não tem emprego; nas residências não há água e os hospitais não têm condições e não têm medicamentos," enumerou.
Por último, o presidente da CASA-CE, apelou aos angolanos a não terem medo da mudança, porque, segundo as suas palavras, "a mudança representa esperaça. A mudança representa uma Angola nova, que cuida bem dos seus filhos. Uma Angola de igualdade e de oportunidade, onde não é precisso ter nome especial para ser funcionário alto e para ser um general".