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Festival Mundial da Paz, em Berlim, começa neste sábado

19 de agosto de 2011

Artistas, líderes políticos e premiados com Nobel da Paz vão participar do evento

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Presidente da ONG "Força moçambicana para a Investigação de Crimes e Reinserção Social" (Formicres)Foto: Fórum para a Investigação de Crimes e Reinserção Social

Artistas da música e do cinema, empresários e representantes governamentais vão se reunir em Berlim para o World Peace Festival, o Festival Mundial da Paz, que começa neste sábado e vai até o dia 27 de agosto. Durante o evento, figuras importantes do cenário mundial, como as premiadas do Nobel da Paz - a iraniana Shirin Ebadi, a irlandesa Mairead Maguire e a americana, Jody Williams - vão discutir a importância da paz para o mundo, seu impacto na economia global, além de apresentar novas abordagens para a prevenção de conflitos.

Representantes da África também vão marcar presença no evento. Entre os convidados, está o moçambicano Albino Forquilha, fundador e diretor da organização não-governamental Força Moçambicana para Investigação de Crimes e Reinserção Social (Formicres), que atua em comunidades afetadas para desenvolver modelos de segurança pública e prevenção da criminalidade. O moçambicano afirma que o festival é muito importante porque o desenvolvimento depende, principalmente, da paz.

"Havendo a paz, nós vivemos em harmonia, temos nossos projetos a poderem progredir de boa forma. Nós experimentámos uma guerra muito sangrenta em Moçambique, durante muitos anos, em que foram destruídas totalmente as estruturas sociais e econômicas do país e foi bastante caro para nós resgatar a paz. Nós sabemos na pele o que é uma guerra, sabemos qual é a importância da construção da paz e da sua manutenção", explica Forquilha.

Busca pela paz não é papel só do Estado

O moçambicano diz que ainda há vários desafios para serem superados em seu país, mas que só serão efetivamente resolvidos se houver paz. Para Albino Forquilha, não cabe apenas ao Estado pensar medidas de prevenção da criminalidade, uma vez que "o envolvimento de todas as comunidades, o envolvimento da sociedade civil nos projetos, nos programas e nas políticas de prevenção e combate ao crime são a base fundamental para todo um conjunto de prevenção".

Forquilha critica alguns Estados que só se preocupam em equipar as polícias de armamentos militares e de instrumentos de repressão: "As medidas que deviam ser feitas de educação, de prevenção do crime pelo ambiente em si, em que as comunidades vivem, a resolução dos problemas da pobreza e outros aspetos, muitas vezes são esquecidos e colocados em segundo plano", ressalta o diretor da Formicres.

Conferência será destaque do Festival Mundial da Paz

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A cidade de Berlim, capital da Alemanha, alberga de 20 a 27 de agosto corrente o "Festival Mundial da Paz"Foto: AP

Além de seminários, exposições e workshops, o momento mais esperado do festival será uma conferência realizada nos dias 26 e 27 de agosto, em que os líderes políticos, empresários e ativistas da sociedade civil vão discutir os desafios de uma paz real e sustentável em zonas de conflito em todo o mundo.

A professora universitária, artista e ativista do Zimbabwe, Chiyedza Nyahuye, também vai participar da conferência. Ela faz parte da Envision Zimbabwe Women’s Trust, que ajuda jovens vulneráveis ​​e traumatizados com o passado de violência a desenvolverem habilidades em busca de oportunidades de trabalho.

"Nós temos que criar uma forma de atraí-los para que sejam capazes de tomar conta deles mesmos, de se sustentarem, para evitar que fiquem vulneráveis e sejam recrutados para quaisquer meios políticos. É maravilhoso promover e criar paz no mundo, mas também temos que levar em consideração problemas mais profundos, os problemas econômicos, para que as pessoas possam se sustentar e terem papéis construtivos nas suas comunidades", afirma Chiyedza Nyahuye.

A intenção dos organizadores é promover o Festival Mundial da Paz a cada dois anos em cidades diferentes do mundo.

Autora: Daniella Zanotti / António Rocha
Edição: António Cascais