Nyusi pede serenidade quando se aguarda pelo Constitucional
19 de dezembro de 2024O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, dirigiu-se hoje (19.12) à Nação. Começou por falar do ciclone Chido que afetou o norte do país. Ressaltou as medidas preventivas tomadas pelas autoridades para minimizar os danos.
Filipe Nyusi apresentou números dos estragos, inclusive nas escolas, e sublinhou que isso afetará o ensino. "É mais uma tragédia que nos assolou", lamentou. O Governo decidiu por isso decretar luto de dois dias, a partir da meia noite de hoje. "Aos moçambicanos, exortamos a solidariedade", disse.
A propósito da quadra festiva, o Presidente de Moçambique endereçou o melhor aos cidadãos moçambianos, inclusive na diáspora. Aos amigos da comunidade internacional, desejou o mesmo.
Sobre a situação do país, Filipe Nyusi disse: "inquieta-me que o processo tenha sido usado para exacerbar atos de violência." E sobre a fragilidade económica argumentou que "os desafios que ainda enfrentamos são fenómenos localizados, são de natureza global".
"Os conteciosos eleitorais estão previstos na lei [...]. Acreditamos que através do diálogo poderemos chegar a um bom caminho". Nyusi garante: "Todos são unânimes em condenar a violência pós-eleitotal".
E o Presidente pede: "Vamos manter a calma e aguardar pela validação dos resultados". O Conselho Constitucional (CC)deverá anunciar a validação ou não dos resultados eleitorais anunciados pela CNE a 23 de dezembro. "A violência e o ódio nunca darão emprego, riqueza ou bem estar a nenhum moçambicano, pelo contrário, aumentará a nossa penúria, incluindo os protagonistas da desordem", disse.
"É nossa expetativa que após a validação, os partidos vão abrir os seus corações a um diálogo construtivo", entende.
Adversidades
"Moçambique enfrentou diversas adversidades, que requerem resiliência", recorda, mencionando como causadores, por exemplo, eventos climáticos severos como o Chido. Lembra os ciclones Dineo, Fred, Kenneth, etc.
"Vivemos a violência travada pelos homens da RENAMO", enumera ainda.
Tivemos a retirada de apoio ao OGE por parte dos nossos parceiros de apoio programático", disse. Só não mencionou que foi no contexto do escândalo das dívidas ocultas, que tem o seu nome associado.
O terrorismo em Cabo Delgado, com ações que "condicionaram o arranque de grandes projetos" que poderiam impulsionar a economia, acrescentou.
"Graças a medidas assertivas conseguimos superar estes obstáculos, recolocando a economia na rota do crescimento", disse Nyusi, lembrando os tempos da Covid 19e sublinhando as consequências para Moçambique.
"Com firmeza e determinação conseguimos alcançar objetivos tangíveis concretos", assegurou.
"Esta é uma ocasião para saudar com toda a simpatia aos estrangeiros que vivem cá", referindo-se à época festiva.
"Temos e trabalhar para a paz"
Ao Exército, Nyusi elogiou: "Usamos este momento para fazer uma menção honrosa às nossas Forças de Defesa e Segurança (FDS), que ao longo da nossa história , sempre cumpriram com dedicação e determinação a missão de proteger o nosso país".
Para 2025, desejou "a continuação de um bom ambiente político". Desejou ainda "uma sociedade civil cada vez mais forte [...] sem excluir ninguém". Almeja ainda "uma justiça independente".
Nyusi revelou que manteve um a conversa com o candidato presidencial Venâncio Mondlane, mas não avançou detalhes. "Temos de trabalhar para a paz", apelou.
Desejou ainda a "renovação de energia, para perdoar, sem haver impunidade e a oportunidade de se construir e reconstruir o país".
(Notícia em atualização)