FRELIMO quer processo de DDR concluído antes das autárquicas
31 de maio de 2023A FRELIMO, partido no poder em Moçambique, defendeu, esta quarta-feira (31.05), que o desarmamento do braço armado da RENAMO, oposição, deve terminar antes das eleições autárquicas de 11 de outubro, para os guerrilheiros não serem "usados" como instrumento de pressão no escrutínio.
"Queremos que este processo se realize antes das eleições autárquicas, porque, muitas vezes, são usados os homens residuais armados da RENAMO como camião de guerra para as eleições", afirmou Sérgio Pantie, chefe da bancada da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, na Assembleia da República.
Pantie falava durante o discurso de encerramento da sétima sessão da nona legislatura do parlamento.
Nesse sentido, assinalou o compromisso do Presidente da República, Filipe Nyusi, e do líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, de trabalharem para o encerramento da última base do braço armado do movimento em junho.
"Regozijamo-nos agora pelo facto de o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração [DDR] dos guerrilheiros da Renamo estar a caminhar para o seu fim, prevendo-se o encerramento da sua última base em Gorongosa, na província de Sofala, em junho próximo", destacou o chefe da bancada parlamentar da FRELIMO.
Por seu turno, o líder da bancada da RENAMO, Viana Magalhães, defendeu que o fim do processo de DDR não deve ser usado para a violação das regras democráticas em Moçambique.
"DDR não deve ser usado para silenciar os moçambicanos"
"Não basta a assinatura de vários acordos de paz, quando a génese dos problemas continua inerte. O DDR não deve ser usado como forma de silenciar os moçambicanos, para se pisotear a essência da democracia", enfatizou Magalhães.
O chefe da bancada parlamentar do principal partido da oposição aludia a um aparente risco de o Governo usar o desarmamento do braço armado da RENAMO para a repressão política da oposição e de vozes críticas à administração do país.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse, recentemente, que a última base do braço armado da RENAMO deve fechar em junho, arrancando depois o pagamento de pensões aos ex-guerrilheiros.