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GIZ ajuda a formar moçambicanos na área das energias renováveis

Da Silva,Romeu26 de novembro de 2012

Cooperação Técnica Alemã (GIZ) financiou a capacitação de formadores moçambicanos em sistemas fotovoltaicos, numa altura em que as energias alternativas ganham destaque em Moçambique.

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Em Moçambique, mais de três milhões de moçambicanos estão a usar os sistemas fotovoltaicos, principalmente nas zonas rurais. Os painéis solares estão igualmente a fornecer energia a escolas, hospitais e bombas de combustíveis. Foi a pensar nisso que a Cooperação Técnica Alemã (GIZ) financiou a formação de formadores nesta matéria, na Alemanha.

O executivo moçambicano está preocupado com a falta de pessoal qualificado para trabalhar com os sistemas fotovoltaicos, que estão a ganhar força no país. Esta foi outra das razões que levou a GIZ a financiar a capacitação de 25 formadores moçambicanos em sistemas fotovoltaicos.

De acordo com o director da GIZ, Ekkehard Fricke, o uso destas energias está a dinamizar vários sectores da economia do país. "O programa de energia, também conhecido por energizing development, tem enfoque no acesso aos serviços modernos de energia, principalmente para camadas menos privilegiadas em Moçambique", afirma Fricke.

Privados têm papel importante no desenvolvimento do sector

Quanto ao objectivo, o especialista explica que "o programa tem por ambição estabelecer estruturas no sector de energia. "Com funcionamento autónomo, comercial e orientado para o mercado", adianta.

Por causa de muitos financiamentos nesta área, não só da GIZ, o governo tem vários projetos de instalação de centrais fotovoltaicas. Por isso, o sector privado é chamado a intervir. "O sector privado capacitado pode desenhar, instalar e realizar trabalhos de manutenção e de desenvolvimento da comunidade", explica Ekkehard Fricke, especificando que, em causa, estão "ONGs ou empresas que possam prestar serviços de preparação da comunidade e de sensibilização".

Mais de três milhões de moçambicanos já beneficiam de energia produzida a partir de painéis solares, segundo a presidente do Fundo Nacional de Energia (FUNAE), Mequelina Menezes.

Iluminação através dos sistemas fotovoltaicos cresce até ao final do ano

O FUNAE assegura que mais centros de saúde, escolas e bombas de combusíveis poderão ser iluminados com esses sistemas.

"Vamos ter prontos 100 centros de saúde na província de Gaza e Sofala até 31 de dezembro", destaca Mequelina Menezes. "Em termos de bombas de combustíveis por exemplo, há uns cerca de 20. Este ano, até fim de dezembro teremos cerca de 45 bombas de combustíveis em todo o país", afirma.

A presidente do FUNAE diz ainda que estão "a electrificar escolas e centros de saúde. Ainda não estamos no processo de electrificação concreta, mas estamos num processo burocrático", conclui.

Futuro das energias renováveis passa pela formação

Segundo a secretária permanente do Ministério da Educação, Maria Albertina, o sector está a apostar na formação de quadros para gestão de energias renováveis.

À DW África, a responsável explicou que os próximos passos são "continuar a incentivar o uso de outros modelos para a produção de carvão que permitam reduzir o desflorestamento" e, ainda, "incentivar o uso de energia solar, eólica, da biomassa". Nos planos do Ministério da Educação está também o desenvolvimento de "tecnologias hídricas para impulsionar a agricultura e a indústria de pequena escala, principalmente nas zonas rurais."

Os técnicos moçambicanos foram capacitados na área de construção de infraestruturas para o ensino e pesquisa em energias renováveis e desenvolvimento de currículos de especialização nesta matéria. Para aliar conhecimentos teóricos e práticos, realizaram-se excursões temáticas.

Muito recentemente, a Cooperação Técnica Alemã financiou a construção e apetrechamento de um laboratório para energias renováveis no Instituto Industrial de Maputo.

Autor: Romeu da Silva(Maputo)
Edição: Maria João Pinto/António Rocha