Huíla: O desafio de aprender numa escola em más condições
População da aldeia de Liapeca, na província da Huíla, diz-se esquecida pelo Executivo angolano. Não há água potável ou posto médico. Esta escola, construída pelos próprios populares, é um risco para alunos e docentes.
Mãos à obra
Com uma população estimada em cerca de 100 habitantes, a aldeia de Liapeca fica a mais de 20 quilómetros do município do Cuvango, na província da Huíla. Os moradores contruíram eles próprios esta escola. Não contaram com nenhum tipo de assistência técnica para a obra e temem que, a qualquer momento, desabe. Muitos alunos da localidade ainda têm aulas debaixo das árvores.
Sala de aulas
As paredes da escola são feitas de adobe e o tecto, de chapas. Depois de construída a escola, a comunidade contribuiu para adquirir cimento de construção e adaptou um quadro. Porém, a escrita com giz não é muito clara e os alunos precisam esforçar-se para ler o que nele for escrito.
Risco de desabamento
As janelas e portas da escola são buracos na parede, sem qualquer vedação. A circulação do ar e iluminação natural estão garantidas, mas não há segurança. Como a escola foi construída há cerca de 10 anos, as estruturas rudimentares enfraqueceram. Para sustentar a construção, agora são usados paus. Teme-se que tudo desabe.
Lutar por conhecimento
As pequenas pedras espalhadas pelo chão são as carteiras da escola. Ali, os alunos sentam-se para acompanhar as lições. Será possível aprender os conteúdos das aulas nestas condições? Para quem não encontra uma oportunidade melhor, só resta enfrentar as adversidades.
Corredor de proteção
O corredor que dá acesso às salas de aula também conduz ao gabinete do diretor da escola. Apesar de ser uma obra simples, a construção contou com algum planeamento. O corredor foi pensado para amenizar os efeitos do vento e das chuvas nas salas de aula.
Abandonados pelo Estado
A comunidade de Liapeca lamenta o estado de abandono em que se encontra a escola e pede a atenção do Executivo angolano. Sem água potável, a população consome água não tratada. Como também não há um posto médico na localidade, para se ter acesso aos serviços de saúde é preciso percorrer mais de 20 quilómetros até ao município do Cuvango.