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Manifestantes bloqueiam vias de acesso à cidade de Maputo

DW (Deutsche Welle) | Stélio Guibunda | Jaime Álvaro
27 de novembro de 2024

Em protesto contra o processo eleitoral em Moçambique, manifestantes bloquearam várias artérias da cidade de Maputo, impedindo o trânsito. Polícia disparou gás lacrimogéneo e atropelou intencionalmente manifestantes.

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Polícia e forças de intervenção rápida em Maputo
A polícia e as forças de intervenção rápida tentaram remover algumas barricadas, mas os manifestantes não se intimidaramFoto: Amós Fernando/DW

O início da segunda etapa da quarta fase das manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane foi marcado pela falta de transportes públicos, pouca circulação de veículos, barricadas e estradas bloqueadas, concentração de manifestantes a jogarem futebol recreativo em plena via publica, sons de apitos, vuvuzelas e cânticos.

Este foi o cenário que se viveu nas primeiras horas desta quarta-feira (27.11) ao longo da Avenida 24 de Julho, um dos principais pontos de entrada e saída de pessoas e bens para os diferentes pontos da capital Maputo.

A polícia e as forças de intervenção rápida tentaram conter os ânimos e remover algumas barricadas, além de terem disparado gás lacrimogéneo, mas os manifestantes não se intimidaram.

Manifestantes atropelados

Carros blindados da Polícia atropelaram intencionalmente cidadãos que se manifestavam pacificamente contra a fraude eleitoral e a má governação, perante a incredulidade dos manifestantes.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento em que um blindado da polícia a atropela uma jovem que protestava de forma pacífica na Avenida Eduardo Mondlane.

Entretanto, a jovem manifestante foi transportada para o hospital por populares que se encontravam no local. 

O atropelamento causou indignação entres os manifestantes, que reagiram arremessando paus e pedras contra as viaturas da polícia que se encontravam nas avenidas Eduardo Mondlane e Guerra Popular, no centro de Maputo. 

Avenida de Moçambique intransitável

A partir das 8 horas, na cidade de Maputo, também a Avenida de Moçambique em toda a sua extensão ficou totalmente intransitável, pelo menos para os carros, e foi transformada numa espécie de "parque de diversões". A estrada foi usada como campo de futebol.

A população seguiu para os seus destinos a pé, uma vez que não era permitida a circulação de nenhum meio circulante motorizado. Aqueles que passavam pela via de carro ou motorizada eram obrigados a desligar o motor e a cumprir a greve convocada por Venâncio Mondlane.

Excepto ambulâncias e passageiros especiais, como é o caso de um casal saído do hospital depois de receber alta tinha prioridade para circular. A sua passagem foi permitida mediante a apresentação de exames médicos. 

Na terça-feira (26.11), Venâncio Mondlane apelou a novos protestos nos próximos três dias. Pediu aos moçambicanos para, a partir das 08h00, estacionarem os seus carros, bicicletas ou motorizadas no meio da estrada.

O protesto deverá terminar às 16h00, depois de serem entoados os hinos de Moçambique e de África. Às 21h00, Mondlane pede aos moçambicanos para voltarem às "paneladas" em protesto contra a "fraude eleitoral".

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