Manifestantes tomam à força sedes da RENAMO em Sofala
25 de fevereiro de 2019Membros da RENAMO em Sofala, província central de Moçambique, ocuparam nesta segunda-feira (25.02.) a sede provincial e a sede da cidade da Beira à força. Eles também escorraçaram os delegados políticos eleitos à revelia do partido há quase duas semanas. A polícia teve que intervir para acalmar os ânimos no seio da confusão instalada.
A ação visava aceder aos gabinetes dos delegados políticos da RENAMO na cidade da Beira e na província de Sofala, que haviam sido ocupados à revelia há mais de uma semana por Luís Chitato, antigo delegado da cidade, e Sandura Ambrósio, delegado da província.
Os dois teriam desafiado as ordens superiores do partido e tomaram o poder à força, alegadamente através duma votação de mais de treze delegados distritais e membros do conselho provincial do partido.
Ao princípio da tarde desta segunda-feira (25.02.), os delegados políticos da cidade da Beira e da província de Sofala, João Marata e Ricardo Gerente, indicados através dum despacho assinado pelo presidente da RENAMO, Ossufo Momade, tomaram à força a sede e escorraçaram o delegado Sandura Ambrósio. Eles tiveram apoio de vários membros e simpatizantes do partido liderado pelo chefe de propaganda e mobilização Domingos Gundana.
Um apelo ao líder da RENAMO
Sandura Ambrósio lamentou a atitude dos companheiros que o teriam espancado e obrigado a abandonar as instalações.
O delegado apelou a Ossufo Momade, na qualidade de líder partidário, a reagir o mais rápido possível para resolver a questão.
"Acredito que o presidente deve ter meios para resolver este problema. Nós não temos medo do nosso presidente, mas é triste quando num processo democrático não são respeitados os princípios democráticos", declarou.
Por seu lado, depois de ocupar a sede, Gerente Castelo, o delegado indicado por Ossufo Momade, criticou a atitude por parte de alguns membros da RENAMO.
"Dizer que eles são nossos irmãos, então deveriam ter mais respeito para com o outros. Eles estão aqui convidados para estarem sempre no partido, mas desde que sigam os princípios legais dos nossos estatutos. Não estamos aqui para questões de discriminação como se propala lá fora", afirmou.
Face à confusão gerada com a ocupação à força, a polícia teve de intervir para evitar o pior entre os membros da RENAMO.