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Massacre na RCA horrorizou até as organizações de ajuda humanitária, diz jornal alemão

Cristiane Vieira Teixeira17 de fevereiro de 2014

A escalada de violência na República Centro-Africana, a caça furtiva em África e a política militar alemã para o continente estiveram no foco da mídia alemã ao longo da semana.

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Foto: Fotolia

O Süddeutsche Zeitung escolheu o título “Amnistia clama por soldados” para uma matéria sobre o massacre na República-Centro Africana (RCA) que, segundo o jornal, horrorizou até mesmo as organizações de ajuda humanitária.

O Süddeutsche Zeitung ouviu uma norueguesa que trabalha para a Médicos Sem Fronteiras num campo de refugiados em Bangui: “Um homem segura a própria cabeça para que ela não caia. Ele foi ferido com um machado em ambos os lados do pescoço,” descreve a entrevistada.

Palavras chocantes que retratam o cotidiano da guerra civil no país. O repórter destaca o aspecto religioso da guerra que teria começado entre rebeldes muçulmanos e um exército popular cristão e teria se estendido a todos os níveis.

A crueldade dos combates teria levado as organizações de ajuda a pedir uma maior proteção militar, como fez a Amnistia Internacional que divulgou um comunicado criticando a passividade da missão militar francesa, Sangaris, e da Missão Internacional de Apoio à República Centro-Africana (Misca).

Também a Human Rights Watch teria comparado a situação à do genocídio no Ruanda em 1994.

Cerca de 60 mil elefantes mortos em África, nos últimos dois anos

Getötete Elefanten im Niassa-Park
Monumento em memória dos elefantes vítimas da caça furtiva na Reserva Nacional do Niassa, em MoçambiqueFoto: E. Valoi

Já o Berliner Zeitung traz uma reportagem sobre a conferência, em Londres, sobre a caça furtiva em África. “Na África, todos os anos dezenas de milhares de elefantes são cruelmente mortos, porque a demanda por marfim aumenta drasticamente,” escreve o jornal.

A reportagem começa com uma entrevista com um caçador que passou um ano na cadeia, a contar como é a ação de matar um elefante. Para cada quilo de marfim paga-se o equivalente a 65 euros e os dentes de um animal adulto podem valer mais de 8.000 euros, revela o jornalista que aponta também o número de elefantes mortos nos últimos dois anos no continente, segundo as estatísticas: cerca de 60 mil animais.

No evento em Londres, representantes de mais de 50 países buscam propostas de controle do já proibido comércio de produtos feitos com o marfim proveniente da caça furtiva não só de elefantes, mas também de rinocerontes.

A reportagem mostra também que o dinheiro proveniente dos negócios com o marfim proibido é usado para financiar grupos rebeldes e terroristas, relacionando o aspecto ecológico da luta contra a caça furtiva, às questões de segurança pública internacional.

Ministra alemã da Defesa criticada

Bundesverteidigungsministerin Ursula von der Leyen im Senegal 05.02.2014
Nova ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen quando da visita ao Senegal (05.02.2014)Foto: picture-alliance/dpa

Já a revista Der Spiegel traz uma reportagem sobre os bastidores da política alemã para a África. Segundo a revista, a nova ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, estaria tendo problemas dentro da fracção da União, e até mesmo no próprio partido, a União Democráta Cristã (CDU), devido a seus planos para um engajamento mais forte em África.

O chefe do partido, Volker Kauder, teria reclamado de que os deputados não querem ser informados das missões no exterior por meio da mídia. Também Michael Grosse-Brömer, diretor-executivo da fracção, teria declarado que o Parlamento deve ser sempre informado. E a União Social-Cristã (CSU) quer debater o procedimento de von der Leyen nos assuntos de África.

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