RENAMO está preocupada com nova formação política
14 de julho de 2022Nos últimos dias, a RENAMO tem vivido momentos de pressão pelo seu protagonismo nem sempre positivo nos meios de informação. Entre os temas que circulam está a pretensão de Yaqub Sibindy, sobrinho do falecido presidente da RENAMO, de criar uma coligação de partidos políticos da oposição com ideais do antigo líder, Afonso Dhlakama. Outra situação é a suposta criação e oficialização de um novo partido, a RENAM Democrática, com a sigla RD, cujo fundadores são desconhecidos até ao momento.
Alguns membros da RENAMO estão apreensivos com os acontecimentos. Há quadros a ser mobilizados para as vilas e regiões mais recônditas da província da Zambézia para sensibilizar membros a não integrar movimentos políticos que possam surgir dentro ou fora da RENAMO.
Não a uma segunda RENAMO
O chefe da Mobilização Nacional da RENAMO, Inácio Reis, disse em entrevista exclusiva à DW que não esta contra criação de partidos em Moçambique, mas não vai admitir uma segunda RENAMO.
"É tempo de começarmos a preparar as nossas bases para os desafios de amanhã, estamos a falar das eleições de 2023 e 2024, disse Reis, chamando a atenção para o facto de Yaqub Sibindy não ser membro da RENAMO e estar a explorar o nome de Dhlakama para se reestabelecer como político."[A RENAMO] é um partido que foi criado com um grande sacrifício, não é qualquer um que pode brincar com este nome", diz Inácio Reis.
O analista político Laurindo Verde avisa que o partido RENAMO, liderado por Ossufo Momade, pode perder a sua credibilidade se não estiver bem preparado.
"A RENAMO, na pessoa de Ossufo Momade, precisa de elaborar uma nova agenda para a RENAMO, como forma de a manter no contexto político em Moçambique. A RENAMO é um partido necessário para o processo de democratização de Moçambique, o seu desaparecimento é um recuo da democracia , adverte Laurindo Verde.
Moçambique encontra-se em preparação para as eleições autárquicas que se realizam em outubro de próximo ano, e para as eleições gerais que acontecem em 2024. No entanto, o ambiente político que se vive, em particular na Zambézia, entre os partidos parlamentares é de agitação.
O partido governamental FRELIMO aposta na vitória eleitoral na Zambézia. Eduardo Mulembwe, da brigada central da FRELIMO, falou concretamente de Quelimane.
"Resgatar! É preciso que isso fique claro: resgatar a cidade de Quelimane. Este é o nosso propósito e parece que as condições subjetivas e objetivas são como vento que sopra em nosso favor”, disse o responsável.
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) está calmo: a comissão provincial diz que está à espera de orientações centrais para iniciar os trabalhos com a base.