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Direitos HumanosMédio Oriente

Novo Ataque contra campo de refugiados faz mortos e feridos

Lusa
23 de dezembro de 2024

O Hamas acusou o Exército israelita de realizar uma operação que resultou em 50 mortos e feridos no campo de refugiados de Nuseirat. A ação, que envolveu veículos militares, resultou na demolição de mais de 20 casas.

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Campo de Refugiados de Nuseirat destruído por Israel
Campo de Refugiados de Nuseirat destruído por IsraelFoto: Saed Abu Nabhan/APA Images/ZUMA/picture alliance

As autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas, acusaram esta segunda-feira (23.12) o Exército israelita de fazer pelo menos 50 mortos e dezenas de feridos numa nova operação contra o campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza.

 "O Exército de ocupação israelita entrou no Campo de Nuseirat com 17 veículos militares e dezenas de tropas", apoiado pela força aérea, e cometeu "crimes horríveis", que resultaram em dezenas de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças, declarou o gabinete de imprensa das autoridades de Gaza na rede social Telegram.

"Além de matar e ferir cerca de 50 civis, demoliram e atacaram mais de 20 casas" do campo, usando 'bulldozers', referiu a mesma fonte. 

 "O Campo de Nuseirat já foi atingido cinco vezes desde o início deste genocídio, e as vítimas destes e outros ataques são cerca de 100 mortos e dezenas de feridos", garantiram as autoridades palestinianas de Gaza, acrescentando que mais de 1.500 casas foram bombardeadas e demolidas na zona.

Uma das vítimas dos ataques israelitas ao Campo de Refugiados de Nuseirat (13.12)
Uma das vítimas dos ataques israelitas ao Campo de Refugiados de Nuseirat (13.12)Foto: Majdi Fathi/NurPhoto/IMAGO

Dedo acusador contra potências

As autoridades de Gaza apelam ainda à comunidade internacional que "condene estes crimes contra o povo palestiniano", apontando também outros países, como os Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e França, como responsáveis pelos "crimes e violações graves que continuam a ser cometidos nesta zona".

 "Apelamos à ONU e à comunidade internacional para que tomem medidas urgentes e ações eficazes para pôr termo aos crimes e violações repetidas de Israel e para garantir a proteção dos civis", sublinharam.

Israel declarou a 7 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis. 

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 97 dos quais continuam em cativeiro, 34 deles entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.  

Israel impede entrega de alimentos

A organização não-governamental (ONG) Oxfam afirmou esta segunda-feira (23.12) que Israel continua a bloquear a entrega de alimentos em Gaza, indicando que apenas 12 camiões com alimentos e água foram autorizados a entrar no norte do território desde outubro.

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 "Dos escassos 34 camiões de alimentos e água autorizados a entrar na província de Gaza Norte nos últimos dois meses e meio, os atrasos deliberados e as obstruções sistemáticas por parte dos militares israelitas fizeram com que apenas 12 conseguissem distribuir ajuda a civis palestinianos esfomeados", lê-se num comunicado.

 "A Oxfam e outras agências humanitárias internacionais têm sido continuamente impedidas de distribuir ajuda vital na província de Gaza Norte desde 06 de outubro", quando Israel intensificou um cerco militar a Jabalia, Beit Lahia e Beit Hanoun, segundo a organização. 

A ONG precisou que desde 6 de outubro que Israel só terá permitido a entrada de 34 camiões de alimentos e água da ONU, indicando que em novembro um comboio de 11 camiões ficou inicialmente retido em Jabalia e acabou por receber luz verde para descarregar numa zona militarizada, sem que os civis tivessem acesso.

Segundo a Oxfam, "a 20 de dezembro, Israel permitiu finalmente que mais nove camiões da ONU entregassem alimentos e água" a pessoas, que revelaram ter tão poucos mantimentos que comeram folhas para se manterem vivos.

 "A situação em Gaza é apocalíptica e as pessoas estão encurraladas, incapazes de encontrar qualquer tipo de segurança", segundo Sally Abi-Jalil, diretora da Oxfam para o Médio Oriente e Norte de África, citada no comunicado. 

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