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Partido no poder no Malawi pede repetição das presidenciais

Lusa | mjp
27 de junho de 2020

Partido de Peter Mutharika considera "inconclusivos" os resultados das eleições de terça-feira e alega irregularidades no processo. Dados provisórios apontam para vantagem do líder da oposição Lazarus Chakwera.

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Peter Mutharika e Lazarus ChakweraFoto: Getty Images/AFP/A. Gumulira

Cerca de 6,8 milhões de eleitores do Malawi foram às urnas, na terça-feira (23.06), para eleger o chefe de Estado, numa repetição do escrutínio de maio de 2019, depois de o Tribunal Constitucional ter anulado esta eleição, citando provas de fraude, e na qual tinha sido declarado vencedor Peter Mutharika, no poder desde 2014, com 38,57% dos votos contra 35,41% do candidato da oposição Lazarus Chakwera.

Dados provisórios e projeções sobre o escrutínio realizado na terça-feira apontavam para uma vantagem de Lazarus Chakwera. Projeções da emissora pública MBC, tendo em conta os 5.002 círculos eleitorais, dão a Chakwera 60% dos votos, em comparação com apenas 38% para o seu adversário e atual chefe de Estado, Peter Mutharika.

O Institute for Public Opinion and Research (IPOR), um grupo de reflexão sediado no Malawi, também atribuiu ao líder da oposição 60,3% dos votos, contra 38,9% para o Presidente em exercício.

Credibilidade posta em causa

Este sábado (27.06), o Presidente Peter Mutharika afirmou que a repetição das eleições gerais foi marcada por "irregularidades". "Esperávamos uma eleição sem irregularidades", disse Mutharika aos jornalistas na cidade de Blantyre. "Infelizmente, como todos os malawianos viram, esta eleição foi a pior das história das eleições do Malawi", frisou.

Contestando os resultados, o secretário administrativo do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês), Francis Mphepo, alertou para "vários incidentes" que podem "afetar a integridade e credibilidade" dos resultados.

"Gostaríamos de chamar a atenção para vários incidentes que podem potencialmente afetar a integridade e a credibilidade dos resultados da eleição presidencial", afirmou o responsável do partido no poder, num comunicado citado pela agência France-Presse.

O partido alega que houve secções de voto das quais os seus observadores foram excluídos e afirma que mais de 1,5 milhões de votos foram marcados por "violência e intimidação".

"Não há dúvida de que estas irregularidades e más práticas afetarão de forma substancial os resultados de uma maneira ou de outra", precisou Francis Mphepo, para afirmar que o partido exige "uma declaração de que as eleições presenciais não foram conclusivas".

Em conferência de imprensa, o presidente da Comissão Eleitoral do Malawi (MEC), Chifudo Kachale, já referiu que esta entidade está "a analisar as queixas do DPP" e que tomará "em breve uma decisão".

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