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Polícia dispersa apoiantes de Venâncio Mondlane em Nampula

ad | cm | Lusa
16 de outubro de 2024

A polícia moçambicana dispersou com gás lacrimogéneo uma concentração de centenas de apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane, que se encontrava na cidade. Delegado do PODEMOS acusa a polícia de "atentado".

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Foto de arquivo: Polícia nas ruas de Nampula, em outubro de 2023
Fontes locais revelam que a polícia utilizou gás lacrimogéneo (foto de arquivo)Foto: Marcelino Mueia/DW

Segundo fontes locais citadas pela agência de notícias Lusa, os apoiantes contestavam os resultados das eleições gerais de 9 de outubro, anunciados pelos órgãos eleitorais na província de Nampula, que deram a vitória ao candidato Daniel Chapo e à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), que o apoia.

Os confrontos decorreram esta manhã, depois de uma marcha de Venâncio Mondlane pela cidade, no norte do país, devidamente escoltada pela polícia.  

"Fomos ao aeroporto para receber o Venâncio Mondlane e, em conversações com o comandante [da polícia], ele disse que [Mondlane] não estava autorizado a fazer qualquer tipo de atividade política, mas ele antecipou que aquele era apenas uma visita social para saudar o eleitorado", conta José Ali, o delegado distrital do partido PODEMOS em Nampula, que apoiou a candidatura presidencial de Mondlane.

Denúncia de "atentado"

Segundo Ali, pelo menos três pessoas ficaram feridas nos tumultos que se seguiram entre membros do partido PODEMOS e a polícia. "De repente, [os agentes da polícia] começaram a atirar gás lacrimogéneo contra as pessoas e dispararam tiros."

"Eles atiraram contra pessoas indefesas", disse Ali à DW África.

Marcha de Venâncio Mondlane esta quarta-feira, 16 de outubro, em Nampula
Mondlane visitou hoje a cidade de Nampula para "saudar o eleitorado"Foto: PODEMOS

O delegado acusou ainda a polícia de tentativa de atentado contra Mondlane: "Eles dispararam mesmo contra o carro do engenheiro Venâncio Mondlane. Eles não o estavam a proteger, ele estava indefeso".

Ameaça à segurança pública

A polícia divulgou, entretanto, que pelo menos quatro pessoas foram detidas durante os tumultos.

Gilberto Inguane, diretor da Ordem e Segurança Pública da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula, adiantou que agentes das forças de segurança foram igualmente feridos.

Nampula: "Resultados não refletem a vontade dos eleitores"

"A população começou a confrontar a polícia com todas as manifestações possíveis [...] alguns recorreram a arremessos de pedras. A polícia foi obrigada a usar métodos de dispersão e a partir daquele instante o [candidato] seguiu a via que indicamos, mas arrastou as massas para o bairro Matadouro e lá novamente incitou à violência contra a polícia, foram arremessadas pedras contra a polícia, há relatos de queima de pneus, e a polícia teve de intervir para poder controlar a situação", explicou. 

Artigo atualizado às 19:10 (CET) de 16 de outubro de 2024.

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