População rural de Moçambique com fraco acesso aos serviços financeiros
29 de outubro de 2014A Cooperação Alemã está preocupada com o fraco acesso aos serviços financeiros nas áreas rurais em Moçambique. Para mudar o atual cenário, a instituição quer aumentar a inclusão financeira em áreas rurais do país.
Para o efeito já foram estabelecidas parcerias com o Banco Central, com bancos comerciais e de microfinanças para aumentar a inclusão financeira.
Nos últimos anos, o número de bancos cresceu em Moçambique, mas segundo Michael Troester, da GIZ, “a maioria dos moçambicanos permanece excluída do sector financeiro formal”.
Há várias razões para que a população rural não tenha acesso aos serviços financeiros, nomeadamente a falta de informação, os altos custos financeiros e questões legais.
“Em muitos casos a grande distância física, as instituições financeiras e os altos custos relacionados com a criação de uma rede densa de postos de venda ou de agências bancárias está a dificultar o acesso aos serviços financeiros tanto para os cidadãos como para as empresas”, sublinha Michael Troester.
Programa de educação financeira
Estão criadas todas as condições para que os moçambicanos tenham acesso a estes serviços, afirma Michael Troester. “Em abril de 2013, o Conselho de Ministros aprovou a estratégia para o desenvolvimento do setor financeiro com o objetivo de fortalecer, ampliar e aprofundar o mesmo", explica.
Além disso, acrescenta, "o Banco de Moçambique desenvolveu uma estratégia nacional de inclusão financeira para complementar a estratégia do Governo e na semana passada (22.10) lançou um programa de educação financeira”.
A experiência brasileira de acesso aos financiamentos tem-se mostrado bem sucedida. O Banco Central brasileiro já tem uma estratégia de inclusão financeira, lembra Sérgio Gomes, diretor de Fiscalização daquele banco.
Em África novas abordagens permitem à banca chegar mais facilmente às zonas rurais. Em Moçambique serviços de dinheiro móvel como o MCASH são produtos financeiros móveis que a pouco e pouco estão a ganhar terreno.