Portugal e Moçambique discutem cooperação na defesa
29 de maio de 2014Na quarta-feira (28.05), Agostinho Salvador Mondlane, ministro da Defesa Nacional de Mocambique, iniciou uma visita oficial de dois dias a Portugal, com a cooperação bilateral na área da defesa no centro da agenda.
Os titulares da pasta dos dois países, respetivamente Aguiar-Branco e Agostinho Mondlane, discutiram a implementação dos projetos da cooperação técnico-militar, abrangendo equipamentos de defesa, desenvolvimento de tecnologia e gestão de recursos humanos.
Encontro à porta fechada
Contactado previamente, o serviço de comunicação do Ministério da Defesa português fez notar que os dois governantes não fariam qualquer declaração pública.
Após este encontro saiu um comunicado conjunto em que se destaca o Acordo de Cooperação Técnico-Militar de 2012 e o Programa-quadro assinado em março deste ano durante a Cimeira Portugal-Moçambique.
Observadores consideram que a emissão do comunicado para a imprensa foi uma forma hábil de evitar eventuais perguntas incómodas dos jornalistas sobre o conflito político-militar em Moçambique, que opõe o exército do Governo da FRELIMO e os homens armados da RENAMO, principal partido da oposição.
Saúde da ordem constitucional
Na semana passada, o ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, avistou-se com o seu homólógo português, Rui Machete, também à porta fechada, sem falar à imprensa. Confrontado depois pela DW África, Baloi afirmou não ter conhecimento sobre nenhum tipo de formação militar não oficial fornecida pelo governo portugues ao exército moçambicano. O governante lembrou unicamente que “Moçambique tem com vários governos acordos de formação no domínio da defesa e da segurança.”
Segundo Oldemiro Baloi, em Moçambique a ordem constitucional está de boa saúde. Para ele, “o processo de crescimento da democracia moçambicana tem enfrentado periodicamente algumas dificuldades”, agora mais acentuadas.
“Estou convencido de que o diálogo decorrerá de forma a que as eleições tenham lugar e que ele prossiga para outros pontos da agenda”, apesar da complexidade das negociações entre o Governo e a RENAMO, avançou ainda o ministro moçambicano.