1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
Direito e JustiçaRepública Democrática do Congo

RDC: Justiça investiga clã Kabila por alegado desvio

Lusa
24 de novembro de 2021

Uma investigação judicial sobre o clã do ex-Presidente da República Democrática do Congo (RDC) Joseph Kabila foi aberta em Kinshasa na sequência de revelações relativas a alegados desvios de 138 milhões de dólares.

https://p.dw.com/p/43Qrb
DR Kongo Ex-Präsident Joseph Kabila
Foto: picture-alliance/AP/J. Delay

A investigação intitulada "Congo Hold-up", conduzida pelos meios de comunicação internacionais e organizações não-governamentais (ONG), que começou a ser publicada na passada sexta-feira (19.11), acusa Kabila e a sua família de terem "desviado", pelo menos, 138 milhões de dólares (123,2 milhões de euros) dos cofres do Estado. 

Os alegados desvios de fundos ocorreram entre 2013 e 2018, de acordo com os autores da investigação, que está a atingir repercussões fortes na RDC.

O porta-voz do Governo e ministro para a Comunicação, Patrick Muyaya, afirmou esta segunda-feira (22.11) à comunicação social que a ministra de Estado e da Justiça, Rose Mutombo Kiese, "escreveu ao Ministério Público no dia 20 de novembro", e deu indicações para que seja realizada uma "investigação" e formalizada a eventual "acusação" correspondente. 

"Não podemos, enquanto Governo, permanecer insensíveis a tais alegações", afirmou Muyaya.

Uma fonte da Procuradoria-Geral congolesa disse à agência de notícias francesa, AFP, sob condição de anonimato, que "foi aberto um inquérito judicial" pelo Ministério Público, na sequência de um pedido da ministra da Justiça.

Belgien Patrick Muyaya in Brüssel
Patrick Muyaya, porta-voz do Governo da RDC e ministro para a ComunicaçãoFoto: Wendy Bashi/DW

"Tentativa de desacreditar" Kabila

Segundo a "Congo Hold-up", os 138 milhões de dólares terão sido desviados "com a cumplicidade do banco BGFI RDC" (a filial na RDCongo do grupo bancário BGFIBank, com sede no Gabão), no qual pessoas próximas de Kabila tinham interesses e responsabilidades, "em particular através de uma empresa de fachada, montada numa garagem".

De acordo com os seus autores, a investigação baseia-se em 3,5 milhões de documentos bancários confidenciais, obtidos pela Mediapart e pela ONG "Plataforma para a Proteção dos Denunciantes em África (PPLAAF)". 

Os dados foram analisados ao longo de seis meses por 19 meios de comunicação social internacionais e cinco ONG, coordenados pela rede European Investigative Collaborations (EIC).

O serviço de comunicação de Joseph Kabila descreveu as conclusões como uma "tentativa de desacreditar" o antigo chefe de Estado.

Kabila liderou a RDCongo entre janeiro de 2001 e janeiro de 2019, ano em que foi sucedido pelo seu arquirrival e atual chefe de Estado, Felix Tshisekedi.

Em Berlim, João Lourenço fala sobre corrupção e a RDC