Soldado turco é morto no norte da Síria
20 de outubro de 2019Apesar do cessar-fogo aplicável na cidade fronteiriça de Tal Abjad, um soldado turco foi morto no nordeste da Síria, disse o Ministério da Defesa da Turquia em Ancara. Outro soldado ficou ferido. A mílicia curda Unidades de Proteção Popular (YPG) terá iniciado o ataque durante uma missão de reconhecimento das forças armadas turcas em Tal Abjad. A Turquia retornou o ataque, mas diz que continua comprometida com o cessar-fogo acordado.
A Turquia e a milícia curda YPG já haviam acusado-se mutuamente, no sábado (19.10), de quebrar o cessar-fogo. As Forças Democráticas Sírias (SDF), dominadas pelos curdos, acusaram Ancara de não cumprir o cessar-fogo acordado e de impedir a retirada de seus combatentes da cidade de Ras al-Ain. A Turquia rejeitou, e acusou as unidades curdas de numerosos ataques. O Ministério da Defesa turco falou de 20 ataques.
"Zona de segurança"
Na quinta-feira (17.10), os EUA e a Turquia haviam acordado medidas para apaziguar a situação na fronteira síria com a Turquia. O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, após longas negociações com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, anunciou na quinta-feira à noite um acordo para um cessar-fogo de cinco dias no norte da Síria. O acordo deve permitir que os combatentes do YPG se retirem de uma "zona de segurança" planejada na fronteira com a Turquia. No entanto, não há acordo sobre a extensão exata dessa área.
Erdogan quer instalar a "zona de segurança" até a fronteira com o Iraque. Com isso, os combatentes curdos também deveriam se retirar. No entanto, as Forças Democráticas Sírias (SDF) concordaram com um cessar-fogo apenas nos 120 quilómetros compreendidos entre as cidades fronteiriças de Ras al-Ain e Tal Abjad, nas quais a ofensiva turca se concentrou.
Retirada das tropas dos EUA
O presidente dos EUA, Donald Trump, havia aberto o caminho para uma ofensiva turca no nordeste da Síria com a decisão de retirar as tropas americanas da região. A Turquia quer criar ali a chamada "zona de segurança", área da qual o YPG deve se retirar. O Governo de Ancara classifica a milícia curda como uma organização terrorista.
Os combatentes do YPG foram os mais importantes aliados dos EUA na luta contra o grupo extremista do Estado Islâmico (EI) na Síria. Muitos políticos dos EUA acusam Trump de abandonar seus aliados. Ainda não há pronunciamento do YPG sobre o recente incidente em Tal Abjad.