Tour do Ruanda: A competição de ciclismo mais difícil de África
Trajeto de mil quilómetros na "terra das mil colinas" desafia competidores internacionais. Etapa final termina com subida íngreme no chamado "Muro de Kigali". Ciclistas ruandeses conquistam as primeiras posições.
Longo trajeto
Os competidores do Tour do Ruanda têm quase 1.000 quilómetros de trajeto pela frente. O pelotão é internacional: os ciclistas vêm do Ruanda, Argélia, Etiópia, Camarões, Namíbia, África do Sul, Zâmbia, Quénia, Angola, Suíça, Estados Unidos, Finlândia, Irlanda, Espanha, Holanda e França. Dois alemães também estão presentes. Entre os atletas olímpicos está Dan Craven (ao meio), da Namíbia.
Tradição de 30 anos
O Tour do Ruanda começou em 1988 como uma competição regional para os habitantes locais. Desde então, passou a fazer parte do UCI Africa Tour, organizado pela União Internacional de Ciclismo, e tornou-se reconhecido em todo mundo. Devido à topografia do trajeto, a competição é considerada a mais difícil de África.
Ímã de espectadores
O Tour do Ruanda atrai multidões. Durante a competição, os alunos são dispensados das escolas para que possam ver os ciclistas passarem nas pistas. Alguns espectadores conseguem obter uma visão privilegiada.
Mais água, por favor
As temperaturas de mais de 30 graus e o vento húmido incomodam os ciclistas. O fornecimento constante de líquidos é, portanto, necessário. O norte-americano Timothy Rugg, da equipa alemã Embrace the World (Abrace o mundo, em português) precisa de muita água para seguir o trajeto. O ciclista ganhou a quarta etapa na prova individual em Karongi.
Amigos em comum
A equipa amadora alemã obteve vários êxitos na competição: Julian Hellmann (à direita) ganhou as etapas de números 3 e 5 "também por suas habilidades como um forte ciclista de descida", explica Micha Glowatzki, líder da Embrace the World. As vitórias trazem muito reconhecimento à equipa, e também um ou dois abraços da concorrência.
Etapa cumprida
As acomodações do Tour do Ruanda são simples, mas têm um padrão melhor do que em outros países africanos, segundo a equipa internacional Embrace the World. Depois de etapas de até 200 quióômetros de extensão, os ciclistas não precisam nada mais do que uma cama.
Nas montanhas
O Ruanda está localizado a 1.500 metros acima do nível do mar, sendo conhecido como a "terra das mil colinas". O cume mais alto do país – o Monte Karisimbi – tem 4.500 metros de altura. Para os ciclistas, isso significa etapas diárias com trechos de montanha. As florestas densas pelo caminho oferecem uma sombra refrescante aos participantes da competição.
Destaque desportivo
Em toda a parte, o público aguarda pela passagem dos ciclistas. A competição é o destaque desportivo do ano no Ruanda, diz Micha Glowatzki, da Embrace the World. O evento é assunto na mídia em todo o país.
Dar o melhor de si
Depois de vencer duas etapas, os esforços feitos por Julian Hellmann são notáveis. Vestindo a camiseta da vitória da etapa do dia anterior, o ciclista alemão sofreu uma queda na sexta etapa em Kinigi e teve que desistir da competição.
Vitória em casa
Como em anos anteriores, ciclistas nacionais dominaram o pódio. Os dois primeiros na classificação final foram ciclistas ruandeses. Samuel Mugisha, que dirige a equipa júnior ProTour Dimension Data, ficou em primeiro lugar com 21 segundos de vantagem em relação a Jean Cloude Uwizeye.
Final triunfal
O Tour do Ruanda termina tradicionalmente no chamado "Muro de Kigali". A subida é tão íngreme que alguns competidores têm que empurrar as bicicletas. Para o líder da equipa Embrace the World, Micha Glowatzki, o ambiente é semelhante ao do Tour de France na icônica etapa final em Alpe d'Huez. Um final digno de uma competição inspiradora.