Ucrânia: Papa e Zelensky defendem mais esforços humanitários
13 de maio de 2023O Papa Francisco e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, concordaram neste sábado (13.05) sobre "a necessidade de continuar com os esforços humanitários para apoiar a população" que sofre com a guerra na Ucrânia.
Francisco e Zelensky reuniram-se hoje no Vaticano, pela primeira vez desde o início da guerra, um encontro esperado que ocorre após o pontífice revelar que está em curso uma missão para acabar com a guerra na Ucrânia, cujos detalhes não foram divulgados.
Num comunicado divulgado após a reunião, o Vaticano explicou que a reunião durou cerca de 40 minutos e que "os temas da conversa se referem à situação humanitária e política na Ucrânia provocada pela guerra em curso".
"O Papa tem assegurado suas constantes orações, testemunhadas por seus muitos apelos públicos e contínua invocação ao Senhor pela paz, desde fevereiro do ano passado", quando começou a invasão russa que desencadeou o conflito há mais de um ano.
Além disso, "ambos concordaram com a necessidade de continuar os esforços humanitários em apoio à população. O Papa enfatizou particularmente a necessidade urgente de 'gestos de humanidade' em relação às pessoas mais frágeis, vítimas inocentes do conflito".
Encontros em Roma
Antes do encontro com o líder da Igreja Católica no Vaticano, o chefe de Estado ucraniano reuniu-se com o homólogo italiano, Sergio Mattarella, e com a primeira-ministra Giorgia Meloni.
Sergio Mattarella recebeu o mandatário ucraniano no pátio do Palácio do Quirinal, sede da Presidência, onde Zelensky recebeu as honras militares e onde foram ouvidos os hinos dos dois países, além de hastear a bandeira da Ucrânia.
"Estamos totalmente ao seu lado. Seja bem-vindo, Presidente", disse Matterella a Zelensky, no início das conversas entre as duas delegações, italiana e ucraniana.
Mattarella confirmou o total apoio da Itália à Ucrânia em termos de ajuda militar, financeira, humanitária e de reconstrução, a curto e longo prazo porque, disse, "não estão em jogo a independência e a integridade territorial da Ucrânia, mas também a liberdade das pessoas e a ordem internacional", segundo fontes do Quirinal.
Zelensky, por sua vez, insistiu que "a paz deve restaurar a Justiça e o direito internacional", por isso "deve ser uma verdadeira paz e não uma rendição", segundo as mesmas fontes.
"Somos pela paz, nossa vitória é a paz. Estamos abertos a todas as contribuições internacionais, mas a guerra está sendo travada em nosso território e a paz deve fazer justiça em todo o nosso território", acrescentaram.
Zelensky agradeceu apoio italiano
Após o encontro do homólogo em Roma, o Presidente ucraniano seguiu para a sede do Governo, onde se encontrou com a primeira-ministra Giorgia Meloni. Zelensky agradeceu o seu apoio, afirmando que nunca esquecerá a ajuda dada aos refugiados ucranianos.
Numa conferência de imprensa conjunta, no Palácio Chigi, na capital italiana, o líder ucraniano dirigiu-se à primeira-ministra e afirmou: - "Giorgia, agradeço a oportunidade de estar neste belo Estado com uma grande história, estou aqui para apertar a sua mão e agradecer por ter dado refúgio aos cidadãos ucranianos, nunca esquecerei".
Como preparação para a visita, as forças de segurança maximizaram as medidas de segurança com mil agentes mobilizados, uma zona de exclusão aérea e várias equipas de atiradores localizadas na rota por onde Zelensky passaria, onde reuniram numerosos refugiados ucranianos para receber o Presidente.