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Venâncio Mondlane: "Desta vez não teremos Natal"

5 de dezembro de 2024

"Vamos perder as festas, [...] que eles [governantes] também estejam em Moçambique", determinou Mondlane. E alerta: "Se eles saírem, nós vamos ocupar!". Sobre o diálogo, afirma: "Estou à espera de si, Presidente Nyusi".

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Candidato presidencial Venâncio Mondlane
Venâncio Mondlane voltou a falar aos apoiantes, nas redes sociais, esta quinta-feiraFoto: Roberto Paquete/DW

Numa live, o candidato presidencial Venâncio Mondlane negou hoje (05.12) as informações veiculadas pela imprensa privada moçambicana de que o PODEMOS, partido que o apoia, só tinha entregue editais de sete províncias ao Conselho Constitucional (CC). Mondlane garante que a formação disponibilizou de onze províncias. 

O candidato exige: "O CC deve ratificar a nossa vitória e dar recomendações a PGR para abrir processo-crime contra a CNE, principalmente contra o STAE, que falsificaram atas e editais."

Acusa o CC de não dar o devido tratamento das provas fornecidas pelos queixosos em matéria eleitoral. Denuncia ainda que os que cometeram fraude nas eleições autárquicas de 2023 não foram responsabilizados e nem afastados: "Temos de conviver com os ladrões de ontem para controlar votos de hoje."

"A CNE tem de ser extinta. Está provado que é criminosa", exigiu para depois apelar: "Temos de estar prontos para fazer as festas na rua, no alcatrão. Esta é a oportunidade única que temos de organizar o nosso país, de expurgar esse cancro da corrupção, da burla, da mentira."

Festas de fim de ano na estrada

O candidato presidencial incentiva: "Vamos perder as festas, não vamos a praia, não vamos visitar a família, para organizarmos esse país". Este ano, os dirigentes vão ter de ficar com o povo, porque se eles saírem, nós vamos ocupar".

"Querem publicar os resultados antes das festas", diz Mondlane. "Nós não vamos parar, não vamos parar!", assegurou. 

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"Já disse que o diálogo pode ser feito virtualmente", argumenta, e lança a bola para o Presidente da República: "Estou à espera de si, Presidente Nyusi. Sabe como me localizar". E pede que o encontro seja transmitido ao público: "Estou disponível, tudo depende de si". 

As festas vão ser passadas em Moçambique", repetiu, e garantiu ainda: "A nossa manifestação vai continuar até ao fim, firmes e não vamos mudar."

Avaliação do "four by four"

Lembra que esta fase iniciou com muita violência policial, destacando que os órgãos que deviam proteger cidadãos são os que os estão a matar: "Estão a matar crianças". E Mondlane pede aos encarregados de educação para não ouvirem o Ministério da Educação, "as crianças e adolescentes que fiquem em casa. [...] Estamos a organizar o nosso país". Recorda que o ministro do Interior ameaçou usar todos os meios para reprimir as manifestações e que está a a fazê-lo. "Já mataram 100 pessoas [...] a única pujança é contra homens desarmados."

E faz um apelo as forças moçambicanas: "Vamos resolver os problemas internamente". E repetiu o lema dos protestos: "Esse país é nosso, pertence a todos nós". 

Mondlane pediu aos apoiantes que tivessem solidariedade com as pessoas feridas: "No seu bairro, dê ajuda as pessoas feridas. Vamos identificar os feridos e apoiar as viúvas e os órfãos."

Sobre a violência policial que tem feito várias mortes diárias, Mondlane afirmou: "Hoje estamos a ser perseguidos e ameaçados de morte. Mas a história vai lembrar que fomos martirizados para os nosso filhos terem um futuro melhor".

E o candidato projeta: "Amanhã haverá uma geração livre, feliz e vai viver a democracia. Não é para nós, é para o futuro de Moçambique".

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Nádia Issufo
Nádia Issufo Jornalista da DW África
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