Recém-fundada
15 de julho de 2008
A Alemanha adquiriu uma Academia Nacional de Ciências, criada a partir da mais antiga academia de medicina e ciências naturais do mundo, a Leopoldina, sediada em Halle. Com isso, a Alemanha segue um modelo já existente nos EUA e em outros países europeus, como a Royal Academy (Londres) e a Académie des Sciences (Paris).
Interdisciplinar e internacional
Em cooperação com oito academias científicas estaduais e com a Academia Alemã de Ciências Técnicas (Acatech), a nova instituição deverá assessorar os políticos e representar a Alemanha em grêmios internacionais.
A iniciativa tem o objetivo de intensificar o diálogo entre ciência, política e sociedade, e conferir um caráter mais internacional às atividades científicas praticadas no país.
Atualmente, a Leopoldina tem 1,3 mil membros, atuantes em 28 diferentes seções. Entre eles, 85% provêm da medicina e das ciências naturais e 15% das ciências sociais e comportamentais empíricas.
A presidência da academia quer garantir uma representação igualitária para todas as disciplinas, criando um grêmio de coordenação paritário, responsável pela definição dos temas a serem investigados. Entre os temas prioritários do século 21 estão a mudança do clima, produção de energia, alimentação, saúde e educação.
De Goethe a Marie Curie
Há mais de 350 anos, quatro médicos instituíram a base da atual Academia Nacional de Ciências. Em 1652, quase uma década antes da fundação da Royal Society em Londres, eles criaram a Academia Naturae Curiosorum em Schweinfurt. A idéia era aprofundar os conhecimentos científicos em prol da humanidade e da natureza.
Essa academia adquiriu renome quando o imperador Leopoldo 1º a promoveu a Academia do Império. Desde então, a instituição manteve a denominação de Sacri Romani Imperii Academia Caesareo-Leopoldina Naturae Curiosorum, da qual provém o atual nome, abreviado em Leopoldina.
Desde 1878, a academia é sediada em Halle, no leste da Alemanha. Anteriormente, durante 225 anos, ela mudava de sede de conforme o local de trabalho de seu presidente.
Mais de 7 mil cientistas de todo o mundo foram membros da Academia Alemã de Ciências Naturais Leopoldina. Marie Curie, Albert Einstein, Gustav Hertz e Carl Bosch fizeram parte do seleto círculo dos ilustres, bem como Alexander von Humboldt, Konrad Lorenz e Johann Wolfgang von Goethe.