Espanha na final
7 de julho de 2010Não será na África do Sul que a Alemanha vai conquistar seu quarto título mundial de futebol. O sonho acabou nesta quarta-feira (07/07), com uma derrota por 1 a 0 para a Espanha em Durban. Os ibéricos fazem a grande final contra a Holanda, no domingo (11/07), de onde sai um campeão inédito. Aos alemães, resta a disputa pelo terceiro lugar, contra o Uruguai, no sábado (10/07).
Alemanha e Espanha entraram em campo com o mesmo esquema tático: o 4-2-3-1. Isto porque o técnico Vicente del Bosque optou por Pedro no lugar de Torres, que não está bem fisicamente. Na seleção alemã, Müller estava suspenso, e Joachim Löw escalou Trochowski para fazer sua função, pela ponta direita.
Pressão espanhola
A Espanha começou melhor no jogo. Partiu para o ataque desde o início, acuando os alemães no campo de defesa. Logo aos 5min, Pedro lançou na medida para Villa, mas Neuer saiu bem do gol e conseguiu fechar o ângulo do artilheiro da Copa para fazer a defesa. Aos 13min, Puyol perdeu mais uma chance clara, quando cabeceou por cima do gol depois de um cruzamento de Iniesta.
Mas a Alemanha suportou bem a pressão e, por volta dos 25min, equilibrou a partida. Não chegou a ter chances tão claras quanto as espanholas, mas pelo menos fez com que as ações ocorressem também no campo do adversário. No último lance do primeiro tempo, Özil caiu na entrada da área depois de um choque com Sergio Ramos, mas não houve pênalti, na avaliação do árbitro húngaro Viktor Kassai.
Mais pressão espanhola
O segundo tempo começou com nova pressão da Espanha. Pedro era o jogador mais perigoso, justificando sua escalação por Del Bosque. Com habilidade, ele conduziu duas jogadas muito parecidas pela direita, e as duas terminaram em chutes fortes de Xabi Alonso, da intermediária, que foram para fora.
O toque de bola envolvente dos espanhóis ia funcionando. Aos12min, Pedro bateu da entrada da área com força e obrigou Neuer a rebater. Na sobra, Iniesta recebeu na linha de fundo e cruzou rasteiro; por muito pouco Villa não alcançou a bola.
Löw fez duas substituições e, por algum momento, a Alemanha deu a impressão de que poderia, mais uma vez, sair ilesa da pressão espanhola. Aos 23min, quase marcou com Kroos, que recebeu cruzamento na medida de Podolski, mas bateu em cima de Casillas.
Mas a Espanha estava mesmo melhor e chegou ao gol aos 27min, mostrando que sua qualidade não está só do meio-campo para frente. Xavi cobrou escanteio e foi o zagueiro Puyol quem subiu para cabecear com precisão e abrir o placar.
A Alemanha partiu para o desespero. Löw tirou o volante Khedira para colocar o atacante Mario Gomez. Os meias já não tinham tanta paciência para trabalhar as jogadas e tentavam alçar a bola direto na área. E, é claro, surgiam espaços para os contragolpes. Aos 36min, a Espanha chegou com dois contra um e só não ampliou porque Pedro prendeu demais a bola, em vez de tocar para Torres, e Friedrich conseguiu o desarme.
A atuação espanhola foi tão boa e digna de elogios que nem sequer nos minutos finais houve pressão alemã que pudesse realmente ameaçar. Os meias da Espanha valorizavam a posse com passes curtos, no campo adversário. A se destacar o jogo limpo dos alemães, que não apelaram para a violência. A partida, aliás, terminou sem cartões.
Por fim, os espanhóis conquistaram com mérito o direito de jogar a grande decisão da Copa pela primeira vez na história da seleção – em 1950, a Fúria esteve no quadrangular final, mas ficou na quarta posição.
ALEMANHA 0 X 1 ESPANHA
Alemanha:
1-Manuel Neuer – 16 Lahm, 3 Friedrich, 17 Mertesacker, 20 Boateng (2 Jansen) – 6 Khedira (23 Gomez), 7 Schweinsteiger – 15 Trochowski (18 Kroos), 8 Özil, 10 Podolski – 11 Klose
Técnico: Joachim Löw
Espanha:
1 Casillas – 15 Ramos, 3 Piqué, 5 Puyol, 11 Capdevila – 14 Alonso (4 Marchena), 16 Busquets – 18 Pedro (21 Silva), 8 Xavi, 6 Iniesta – 7 Villa (9 Torres)
Técnico: Vicente del Bosque
Local: Estádio Moses Mabhida, em Durban
Árbitro: Viktor Kassai (Hungria)
Gol: Puyol, aos 27min do segundo tempo
Cartões: nenhum
Autor: Tadeu Meniconi
Revisão: Roselaine Wandscheer