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Cientistas descobrem que "amantes de Modena" são dois homens

13 de setembro de 2019

Novas técnicas permitem revelar sexo de dois esqueletos encontrados de mãos dadas em 2009. Pesquisadores acreditam que restos mortais datados de cerca de 1.500 anos sejam de amigos ou parentes.

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Paisagem na região de Modena
Paisagem na região de Modena, onde esqueletos foram descobertosFoto: picture-alliance/Bildagentur-online/AGF-Hermes

Pesquisadores italianos descobriram que os dois esqueletos que ficaram conhecidos como "os amantes de Modena", porque estavam com as mãos entrelaçadas, são na verdade de dois homens. Durante dez anos, a mídia especulou que os restos mortais seriam de um homem e uma mulher.

Os esqueletos foram descobertos em 2009, em uma escavação em uma necrópole de cerca de 1.500 anos. Porém, somente agora, devido a novas técnicas, foi possível identificar o sexo dos "amantes de Modena". O estudo foi publicado na quarta-feira (11/09) na revista especializada Scientific Reports.

"Quando os corpos foram encontrados na região de Modena, as técnicas tradicionais da época não permitiam determinar sexo dos indivíduos, devido ao mal estado de conservação dos esqueletos. A mídia, vendo as mãos entrelaçadas, começou a compartilhar a história como sendo de dois amantes, mas, no nível científico, isso nunca foi provado, nunca foi testado o grau de parentesco", contou Federico Lugli, um dos autores do estudo.

Segundo Lugli, em 2017 foi descoberto um método capaz de definir, a partir de uma determinada proteína no esmalte dos dentes, o sexo de um indivíduo. A equipe da Universidade de Bolonha decidiu aplicar a técnica nos amantes já famosos e desvendou parte desse mistério. O próximo passo do estudo é entender por que eles foram enterrados juntos.

"Começamos a estudar o componente inorgânico do dente, o que nos permitirá conhecer a origem geográfica deles. Além disso, aplicaremos novas técnicas para conhecer o DNA, que nos fornecerá mais informações sobre ambos, como, por exemplo, se eram parentes, o que é o mais provável", acrescentou o pesquisador.

Embora os cientistas não descartem que os dois estivessem realmente apaixonados, atitudes sociais e restrições religiosas da época levam os pesquisadores a acreditar que essa é uma possibilidade muito remota.

O mais provável é que os dois homens tenham sido amigos ou parentes – possivelmente irmãos ou primos, dada a proximidade das idades. Outra hipótese é que eles poderiam ser soldados mortos juntos em batalha, já que o local onde foram enterrados poderia ter sido um cemitério de guerra.

LE/efe

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