Diplomatas dos EUA pedem ataques contra Assad
17 de junho de 2016Mais de 50 diplomatas americanos assinaram um documento em que pedem que os Estados Unidos empreendam ataques contra as forças leais ao regime do ditador sírio, Bashar al-Assad. Eles criticam a estratégia militar americana, que tem como alvo apenas o grupo "Estado Islâmico" (EI), na Síria e no Iraque.
A medida teria objetivo de pressionar Assad a aceitar o acordo de cessar-fogo assinado em fevereiro, que tem sido frequentemente violado por rebeldes e forças do regime sírio apoiadas pela Rússia.
"A justificativa moral para tomar medidas que acabem com as mortes e o sofrimento na Síria, depois de cinco anos de guerra brutal, é evidente e inquestionável", diz o documento obtido pelo jornal The New York Times. "O status quo na Síria continuará a apresentar terríveis desafios humanitários, diplomáticos e relacionados com o terrorismo, se não desastrosos."
O porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, diz que o secretário John Kerry não vai se envolver com o pedido feito pelos diplomatas. O documento teria vindo de uma "ala dissidente" de autoridades que acompanham o conflito sírio desde 2011.
Ataques diretos contra Assad representariam uma grande mudança na política americana de não intervir diretamente na guerra civil na Síria, apesar de Obama defender que o ditador deixe o poder para que haja uma transição política no país.
A ala dissidente defende a possibilidade de ataques aéreos contra as forças de Assad, mas não faz menção ao envio de soldados por terra à Síria.
Trégua
Nesta quinta-feira, a Rússia anunciou o início de um novo cessar-fogo, de 48 horas, na cidade síria de Aleppo, palco de disputas entre o regime de Assad e rebeldes.
O objetivo é "reduzir o nível de violência armada e estabilizar a situação", afirmou o Ministério da Defesa russo em comunicado.
Também na quinta-feira, o diretor da CIA, John Brennan, alertou o Congresso americano sobre os planos futuros do EI de articular novos ataques contra inimigos externos no Ocidente.
"Infelizmente, mesmo com todos os progressos contra o EI no campo de batalha e na esfera financeira, nossos esforços não têm reduzido a capacidade terrorista do grupo e seu alcance global", disse.
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