Siri Hustvedt é uma das escritoras americanas de maior sucesso internacional. Os livros dela abordam temas atuais como questões de gênero, memória, amor e a relação entre ciência e arte. O novo livro de ensaios, que será publicado ainda este ano, é um encontro entre filosofia feminista e memórias familiares. Autora de 17 livros, alguns deles best-sellers traduzidos para mais de 30 idiomas, já faz tempo que a escritora saiu da sombra do marido, o escritor Paul Auster.
Siri Hustvedt já foi considerada a "Virginia Woolf do século 21" pela revista britânica Literary Review. Uma carreira literária que tem origens curiosas. O impulso inicial foi a insônia que Siri sofreu na adolescência durante uma temporada na Islândia. "Soa um pouco mitológico, mas é totalmente verdade: quando eu tinha 13 anos, passei o verão com a minha família na Islândia, em Reykjavik. Meu pai estava pesquisando sobre as sagas escandinavas. E durante o verão, o sol nunca se põe na Islândia. Então, eu tive tempo para ler, lia noite adentro, porque muitas vezes eu não conseguia dormir. Li romance atrás de romance, e me lembro que um dos meus preferidos – aliás até hoje - era David Copperfield, de Charles Dickens, sobre quem anos depois escrevi minha tese de doutorado. Depois de ler uma cena particularmente comovente de David Copperfield, eu me levantei, atravessei a sala, abri a cortina, olhei para a luz inquietante do sol noturno de Reykjavik e pensei: se é isso que livros são capazes de fazer, então vou fazer também", conta a escritora.
Veja no vídeo a entrevista completa.