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Fracassa tentativa do G8 para conferência de paz

(ef)14 de junho de 2002

Os ministros das Relações Exteriores do grupo dos sete países mais ricos e a Rússia (G8) não conseguiram chegar a um acordo, no Canadá, sobre um plano concreto para uma conferência de paz para o Oriente Médio.

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O alemão Joschka Fischer ladeado pelos colegas americano Colin Powell (d) e o italiano Giovanni CastellanetaFoto: AP

Enquanto isso em Jerusalém, Israel anunciou uma decisão que poderá agravar ainda mais o conflito com os palestinos: começará no domingo (16) a construção de uma barricada ao longo do território palestino autônomo da Cisjordânia. A obra com o fim de impedir a entrada de terroristas palestinos em Israel será constituída de muros e trincheiras, que serão equipados com equipamentos eletrônicos de vigilância, segundo anunciou o ministro israelense da Defesa, Benjamin Ben Elieser, nesta sexta-feira (14).

Um trecho de 110 quilômetros, entre os lugarejos de Kfar Kassen e Kfar Salem, deverá ficar pronto dentro de seis meses. Depois deverá ser erguida uma obra ao longo de todos os 350 quilômetros de fronteira verde entre Israel e a Cisjordânia. Nabil Abu Rudeina, conselheiro do presidente palestino Yasser Arafat, disse que o muro protetor vai atiçar ainda mais o conflito. A condição para uma solução pacífica, segundo ele, seria a retirada do Exército israelense dos territórios autônomos, o fim dos ataques contra palestinos e a criação de um Estado palestino independente.

Apesar da falta de acordo dos ministros do G-8 na sua reuniu de preparativos para a cúpula dos chefes de Estado e de governos dos países mais importantes do mundo, no final de junho, o chanceler alemão Joschka Fischer, esclareceu que ele e muitos colegas são a favor de que comece logo uma conferência de paz para o Oriente Médio, desde que existam as condições. Significa, segundo Fischer, que as várias iniciativas surgirdas têm de ser aproveitadas, porque do contrário o terror vai sobrepor-se à agenda e isso implica um potencial enorme de escalada da violência.

O colega japonês de Fischer, Yoriko Kawaguchi, citou como condições para a conferência de paz a restauração da segurança de israel, garantia de nova ajuda para a reconstrução dos territórios palestinos e a vontade política de todos, sobretudo do governo israelense.

O representante dos Estados Unidos, Collin Powell, rechaçou as críticas que classificaram como obscura a política do seu país para o Oriente Médio. Ele lembrou que o presidente George W. Bush, já falou da criação de um Estado palestino independente na Assembléia Geral da ONU no outono de 2001. "Não existe confusão. O presidente falou de dois Estados. Ele defendeu a criação de um Estado para o povo palestino com o nome Palestina", disse o secretário de Estado americano no encontro com os seus colegas em Whistler, no Canadá.

Bush voltou a falar nesta sexta-feira de dois Estados existindo em paz um lado do outro – um palestino e outro israelense – e acrescentou: "Eu anunciarei minha visão tão logo a possa ser concretizada.