G-8 vai aprovar mais medidas antiterror
24 de junho de 2002A informação é de membros da delegação alemã, que já se encontra no Canadá acompanhando o chanceler federal Gerhard Schröder em sua visita oficial ao país anfitrião do encontro de cúpula, iniciada nesta segunda-feira (24).
Na agenda dos líderes dos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia está também o plano de ação para África, chamado de Plano Marshall, numa referência exagerada ao programa que permitiu a reconstrução da Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial. Por isso, delegações de alguns países africanos estarão presentes no lugar da conferência desta vez.
Um plano para prevenir atentados terroristas, elaborado por peritos do governo em Berlim, será apresentados aos chefes de Estado e de governo em Kananaskis, segundo fontes da delegação alemã. Os detalhes principais ainda não foram ajustados. O plano prevê exigências para reforçar as portas das cabines dos aviões e controles mais rigorosos de pessoal e de contêineres que sejam transportados de avião ou de navio.
Ajuda à Africa
O plano de ação para a África, apresentado pelo chefe de governo alemão, Schröder, foi acertado na última conferência de cúpula do G-8, em Gênova, com a meta de fomentar iniciativas próprias de africanos. Com ele, os países mais industrializados e a Rússia se comprometem a apoiar países que mostrem vontade política com a democracia, o Estado de Direito e os direitos humanos. Cinco países deverão ser contemplados com o programa: África do Sul, Senegal, Argélia, Egito e Nigéria. Com suas iniciativas, os Estados africanos destacaram, pela primeira vez, sua responsabilidade própria no combate à pobreza em massa no continente negro.
Nas deliberações sobre o desenvolvimento econômico global, que será o segundo grande tema da cúpula, as questões comerciais, monetárias e a política internacional de energia terão papel importante. O tema mais desagradável deverá ser o meio ambiente, tendo em vista a conferência de Johannesburgo e considerando que o presidente dos EUA, George W. Bush, gerou irritações em muitos países com a rejeição do seu governo ao Protocolo de Kyoto.
Membros de delegações já manifestaram também medo e chateação com a tendência de Washington de tomar decisões isoladas no combate ao terrorismo, a despeito da aliança antiterror criada depois de 11 de setembro.
A péssima experiência com as verdadeiras batalhas campais entre manifestantes e a polícia à margem da cúpula do G-8 em Gênova, desta vez o primeiro-ministro do Canadá, Jean Chrétien, escolheu o pequeno e sossegado centro de esportes de inverno para o encontro. Em Kananaskis, os chefes de Estado e de governo poderão ficar, facilmente, isolados do resto do mundo. Só existe uma estrada que dá acesso ao lugar na província de Alberta e os três hotéis que existem não bastam nem para as delegações.