Japão aposta em um italiano para desbancar outros onze
19 de junho de 2013Após estrearem de forma oposta, Itália e Japão jogam nesta quarta-feira (19/06) na Arena Pernambuco, buscando os três pontos, mas com propósitos diferentes. Enquanto os italianos querem selar a passagem para as semifinais, os japoneses precisam da vitória para manter vivas as chances de classificação para o mata-mata.
O trunfo do Japão está no banco de reservas. Desde 2010, Alberto Zaccheroni, que já dirigiu equipes como Milan, Internazionale e Juventus, é o sexto treinador estrangeiro a comandar a seleção japonesa. Conhecedor do futebol da Itália, Zaccheroni, que declarou que sua equipe mostrou apenas 50% do futebol que é capaz de jogar contra o Brasil, sabe que o ponto fraco do seu time é exatamente onde a escola italiana sempre produziu craques: volantes de contenção.
Makoto Hasebe é um dos volantes titulares e, em entrevista coletiva, mostrou que concorda com a preocupação tática de seu treinador. Questionado sobre qual seria o jogador a ser marcado de mais perto no duelo contra a Itália, Hasebe não teve dúvidas:
"Pirlo. Ele é o cérebro da equipe, um excelente jogador. Nós precisamos chegar sempre junto dele e não permitir que ele faça as suas jogadas."
Pirlo, eleito o melhor jogador na vitória frente ao México, é o canal de escape do time italiano. É Para ele que a bola vai quando o time se encontra em dificuldade. Jogando entre a linha dos meias e a dupla de volantes, o craque da Juventus procura sempre aquele espaço milimétrico para o passe mortal. E a missão de Hasebe será exatamente impedir que o meia italiano respire e tenha tempo suficiente para criar.
Já do lado italiano, o treinador Cesare Prandelli deve voltar a investir na velocidade de Emanuele Giaccherini, autor da assistência do gol salvador de Balotelli contra os mexicanos. A chave do jogo para a Azzurra está em colocar Giaccherini para infernizar o nem sempre seguro lateral-esquerdo Yoshida, além de adiantar um pouco mais o meia Montolivo, e tentar assim desafogar Pirlo no trabalho da armação.
Para Prandelli, a seleção japonesa, que ao contrário da Itália já conseguiu alcançar uma final de Copa das Confederações, será um adversário bastante complicado. Ele mostra preocupação com a tática a ser adotada por seu conterrâneo e parceiro de profissão.
"O Japão tem uma pequena vantagem. Acredito nisso devido ao dia extra de descanso, e claro, devido a Alberto Zaccheroni, que nos conhece muito bem e sabe como trabalhamos. Estou esperando que ele nos arme uma armadilha. Acredito que Alberto virá com alguma estratégia interessante contra nós".
Prováveis escalações
Itália: Gianluigi Buffon; Iganzio Abate, Mattia De Sciglio, Giorgio Chiellini e Andrea Barzagli; Daniele De Rossi, Claudio Marchisio, Riccardo Montolivo e Andrea Pirlo; Emanuele Giaccherini e Mario Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli.
Japão: Eiji Kawashima; Atsuto Ushida, Yuto Nagatomo, Yasuyuki Konno e Maya Yoshida; Makoto Hasebe, Hiroshi Kyotake, Yasuhito Endo, Shinji Kagawa e Keisuke Honda; Shinji Okazaki. Técnico: Alberto Zaccheroni
Local
Arena Pernambuco – Recife
Árbitro
Diego Abal (Argentina), auxiliado por seus compatriotas Hernán Maidana e Juan Pablo Belatti
Destaques
Itália
Andrea Pirlo: eleito pela Fifa o melhor jogador na vitória frente ao México, Pirlo coroou sua centésima partida pela Squadra Azzurra com um belo gol de falta. O maestro do meio-campo italiano organiza todas as jogadas de ataque, bate escanteios e todas as faltas. E, quando arrisca um lançamento longo, raramente a bola não encontra um companheiro. Pirlo carrega a classe de um antigo camisa 10.
Japão
Shinji Kagawa: ao lado do loirinho Keisuke Honda, Shinji Kagawa organiza o meio-campo da seleção japonesa. Depois de uma excelente temporada pelo Borussia Dortmund, da Alemanha, Kagawa foi vendido ao Manchester United, onde ainda não conseguiu mostrar todo o seu talento. Não é o jogador mais técnico e nem o mais perigoso do Japão, mas é de longe o mais cerebral. Para não repetir a atuação apagada contra o Brasil, Kagawa precisa buscar mais a aproximação com Honda e Okazaki, além de procurar rodar mais a bola na horizontal com Endo e Kyotake.
Retrospecto
Houve um único confronto na história entre Japão e Itália. E terminou em empate: 1 a 1.
Último confronto
Em 7 de novembro de 2011, na cidade japonesa de Saitama, empate em 1 a 1.
Curiosidade
A Itália mostrou na primeira rodada o que é uma verdadeira seleção nacional. Dos 11 titulares em campo, todos atuam em clubes italianos. Mais impressionante, que em apenas três clubes diferentes: Juventus, Milan e Roma. Nem a seleção do Taiti escalou uma equipe "puramente" taitiana (o atacante Vahirua joga na Grécia). O único jogador no elenco da Azzurra que não atua por um clube italiano, é o goleiro reserva Salvatore Sirigu, titular do campeão francês Paris Saints-Germain.