No trânsito com Beethoven, casais gays e mascotes
Cidades da Alemanha competem para ver quem tem o semáforo mais original. Além do Ampelmann berlinense, figuras como personagens das TVs locais, mulheres em prol da igualdade e até Karl Marx estampam sinais de trânsito.
Travessia livre com o Kasperl
A cidade bávara de Augsburg teve a ideia de substituir as anônimas figurinhas dos sinais de trânsito por personagens de um orgulho local: o teatro de marionetes Augsburger Puppenkiste, cultuado pelas crianças – e não só – de toda a Alemanha. Na foto, o risonho e falador Karperl. Detalhe importante: ele só aparece no sinal verde; para o vermelho, permanece o bonequinho convencional.
Da telinha para o trânsito
Parece o Cartman do "South Park", mas não é. A municipalidade de Mainz optou por coordenar o trânsito com os Mainzelmännchen, seis personagens de desenho animado que desde 1963 pontuam os intervalos comerciais da emissora ZDF, sediada nessa cidade no sudoeste da Alemanha. Na foto, Det, cujos companheiros se chamam Anton, Berti, Conni, Edi e Fritzchen.
Bichinhos suábios a caminho
Já em Stuttgart, o fã clube dos mascotes da emissora de TV regional SWR ainda está lutando para que suas personagens favoritas sejam adotadas nos semáforos da capital de Baden-Württemberg. Trata-se de Pferdle e Äffle ("cavalinho" e "macaquinho", no dialeto suábio), que se tornaram uma dupla em 1963. No fim de 2017, seus aficionados já haviam conseguido reunir 12 mil assinaturas.
Sob o signo beethoveniano
Na corrida por um lugar na luz, a cidade de Ludwig van Beethoven, Bonn, não ficou para trás: o retrato do compositor já decora um sinal de trânsito na praça Bertha von Suttner Platz, não muito longe da casa de nascença do grande músico. O modelo foi o célebre retrato pintado por Karl Stieler em 1819, que também só brilha no sinal verde. Em 2020 completam-se os 250 anos de nascimento de Beethoven.
Luz verde para os casais gays
Em tempos de aceitação e tolerância, nem só os grandes astros têm a honra de coordenar o trânsito. Em 2015, na época da Parada do Orgulho Gay, Viena deu lugar à imagem de um casal homossexual em seus cruzamentos. Frankfurt seguiu o exemplo, espalhando duplas gays e lésbicas pelo centro da cidade.
Mulheres no comando
Em março de 2017, em Melbourne, Austrália, dez "homenzinhos do semáforo" cederam lugar a companheiras femininas – ainda que só por 12 meses. Mesmo ridicularizado por alguns, o projeto iniciado por uma organização de interesse público visa incentivar a igualdade de direitos entre os sexos. Também na Alemanha veem-se de vez em quando "mulheres do semáforo", em Colônia e Leipzig, por exemplo.
O primeiro já é "cult"
Mas o "Ampelmännchen" mais famoso da Alemanha é certamente o de Berlim, que hoje dispõe até de lojas próprias, adornando uma enorme gama de artigos, de camisetas e chaveiros a toalhas, ventiladores e... sinais de trânsito para decoração de interiores. Ele foi lançado em 1969 na antiga Alemanha Oriental, criado por Karl Peglau, que não era sequer designer, mas sim psicólogo do trânsito.
E os burros também?
Outra cidade que quer igualmente fazer uma diferença através de seus semáforos é Wesel, no Baixo Reno, adotando a imagem de um jumento. A dificuldade é que as diretrizes alemãs para sinais luminosos preveem a representação de um transeunte, e não de um quadrúpede. A municipalidade responsável, em Düsseldorf, está estudando a proposta dos originais vizinhos.
Homenagem a Karl Marx
Para comemorar o 200º aniversário do pensador alemão Karl Marx, Trier, a cidade natal do autor de "O Capital", inaugurou semáforos para pedestres com a figura. Além do vermelho comunista associado ao fiilósofo nascido no dia 5 de maio de 1818, ele também brilha na cor verde, com a barba e o sobretudo que o caracterizavam.