Papa pede o fim da violência no Oriente Médio
1 de abril de 2002Em sua tradicional mensagem de Páscoa, o papa João Paulo II apelou para que todos os políticos e líderes religiosos do mundo acabem com a violência no Oriente Médio. Na benção "Urbi et Orbi", neste domingo (31), o papa disse que todos devem trabalhar para que a paz substitua a série de atentados e mortes, que mancham a Terra Santa de sangue. Ele destacou que guerra não soluciona nada e só gera mais sofrimento e morte. Logo depois do apelo, na Praça de São Pedro lotada por milhares de fiéis de todo o mundo, uma bomba explodiu num assentamento judeu em Efrat, na Cisjordânia, matando pelo menos quatro pessoas.
Pouco antes dessa detonação num centro médico, atribuída a radicais palestinos, no mínimo 12 pessoas haviam sido mortas num atentado suicida palestino na cidade israelense Haifa. Foi o quarto atentado em cinco dias. Ao mesmo tempo, soldados israelenses e a guarda de Arafat trocaram tiros no quartel-general do presidente palestino em Ramala. Em seguida, o Exército israelense declarou Ramala como zona militar interditada e expulsou todos os jornalistas da cidade na Cisjordânia. Israel ocupa Ramala e mantém o quartel-general de Arafat cercado desde sexta-feira.
Capacidade de ação palestina
– Em Berlim, o ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, exigiu que Israel garanta capacidade de ação do presidente Arafat. "A Autoridade Nacional Palestina tem de manter sua capacidade de ação", disse o político do Partido Verde, num apelo urgente, em nome do gabinete do chanceler federal, Gehard Schröder.Fischer, que já tentou várias vezes mediar um cessar-fogo entre israelenses e palestinos, condenou também, com igual veemência, os atentado suicidas palestinos contra Israel. Ele se declarou muito preocupado com a escalada do conflito, "porque ameaça toda a região", e exigiu que as partes envolvidas cumpram, imediatamente, as determinações do Conselho de Segurança da ONU para retirada das tropas israelenses dos territórios ocupados e o fim da violência.