Polícia tailandesa enfrenta protestos antigoverno com violência
1 de dezembro de 2013A polícia da capital Bangkok lançou granadas de gás lacrimogêneo contra manifestantes que protestavam contra o governo da primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra. Os choques atravessaram a noite de sábado para domingo (01/12) e provocaram pelo menos duas mortes por ferimentos a bala.
Quatro pessoas já morreram e dezenas ficaram feridas desde o início dos confrontos violentos entre apoiadores e opositores da chefe de governo tailandesa. Neste domingo, os protestos continuaram, com os manifestantes jogando pedras ou coquetéis molotov nos policiais.
As manifestações afetaram diretamente a primeira-ministra, obrigando-a a abandonar um complexo policial em Bangkok onde havia sido programada uma coletiva de imprensa. Os manifestantes estavam prestes a invadir o prédio quando Yingluck foi levada para um lugar não revelado.
O governo tailandês advertiu os moradores da capital Bangkok de que não deixassem suas casas durante a noite. "Pedimos às pessoas que, para sua segurança, não saiam de casa, a fim de não se tornarem vítimas dos provocadores", apelou o vice-primeiro-ministro Pracha Promnok em discurso televisionado.
"Golpe do povo"
Para os líderes da oposição, Yingluck estaria servindo de marionete para seu irmão, Thaksin Shinawatra, que deixou o poder após um golpe de Estado, em 2008. Os oposicionistas convocam um "golpe do povo", encorajando os manifestantes a ocuparem órgãos públicos, estações de TV, delegacias de polícia e os escritórios da premiê. Atualmente, Thaksin Shinawatra vive exilado em Dubai.
Cerca de 21 mil policiais e 3 mil soldados foram mobilizados para proteger as instalações do governo ao redor da capital tailandesa. A tomada de prédios teve início na última segunda-feira, quando a oposição lançou seu pedido de ocupação.
Yingluck prometeu não ordenar o uso da força e ofereceu-se para sentar à mesa de negociações com os partidos de oposição. Sua oferta foi rejeitada.
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