Protestos e caos institucional na Venezuela
Nova rodada de manifestações pressiona regime chavista. Líder da Assembleia Nacional se declara presidente e é reconhecido por Brasil, EUA e outros países.
Oposição toma ruas de Caracas
Milhares de opositores do regime de Nicolás Maduro tomaram as ruas da capital da Venezuela para protestar contra o governo no dia 23 de janeiro, uma data simbólica no país, que também marca o fim da ditatura de Marcos Pérez Jiménez (1952-1958).
Chefe da Assembleia Nacional se declara presidente
Em meio aos protestos, o oposicionista Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, se declarou presidente interino do país. Filiado ao partido Vontade Popular, ele foi reconhecido como novo chefe do Executivo pelos EUA, Brasil e pela Organização dos Estados Americanos (OEA), entre outros.
Guaidó promete governo de transição
Centenas de venezuelanos juraram lealdade à Constituição da Venezuela em um protesto contra Maduro em Caracas. Em seu discurso, Guaidó pediu aos manifestantes que se comprometam com o restabelecimento da ordem constitucional no país. "Hoje dou um passo com vocês, entendo que estamos numa ditadura", afirmou. Ele também prometeu organizar eleições livres.
Mortes em protestos
A ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS) informou na noite de quarta-feira que ao menos 13 pessoas morreram em meio aos protestos contra o governo que eclodiram no país nos últimos dias. "Confirmamos 13 pessoas mortas nos protestos, este saldo só inclui vítimas com identificação confirmada", afirmou a ONG na sua conta do Twitter.
Reação de Maduro
Em pronunciamento após a declaração de Guaidó, Maduro acusou os EUA de liderarem um complô contra seu governo e anunciou o rompimento das relações diplomáticas. As Forças Armadas venezuelanas se posicionaram ao lado de Maduro. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, declarou que os militares não aceitarão "um presidente imposto à sombra de interesses obscuros ou autoproclamado fora da lei".
Manifestação pró-Maduro
O presidente da Assembleia Nacional Constituinte – controlada pelo chavismo –, Diosdado Cabello, falou a apoiadores do regime nesta quarta-feira. Em meio ao aniversário da queda do ditador Jiménez, o governo Maduro também organizou manifestações de "lealdade" pelo país, mas essas concentrações reuniram bem menos pessoas do que os protestos contra o governo.