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Final feliz no Chile

13 de outubro de 2010

Quase dez semanas presos em mina de ouro e cobre, eles foram retirados um a um numa cápsula de resgate. Mineiros alemães emocionados e orgulhosos pela técnica empregada. Especialista fala de lições para o futuro.

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Florencio Avalos (e) foi o primeiro libertadoFoto: AP

O drama dos 33 mineiros presos na mina chilena de San José aproxima-se do fim nesta quarta-feira (13/10), após quase dez semanas de suspense. Sem incidentes, a maior parte dos mineiros já pôde ser trazida à superfície, um após o outro, na cápsula de resgate Fênix.

O primeiro resgatado foi Florencio Avalos Silva, de 31 anos, saudado com júbilo pelos companheiros que os esperavam do lado de fora. Os mineiros se encontravam isolados desde 5 de agosto numa mina de ouro e cobre, a mais de 600 metros de profundidade. Trata-se do período mais longo passado por trabalhadores da mineração sob o solo, à espera de salvamento.

Chile Bergung Rettung der Minenarbeiter Flash-Galerie
Parentes dos operários se apoiam mutuamenteFoto: AP

Felicidade e técnica da Alemanha

Os profissionais alemães reagiram com alegria ao resgate de seus companheiros chilenos. "Estamos simplesmente muito felizes por nossos colegas e por suas famílias no Chile", declarou Ludwig Ladzinski, diretor do conselho geral de empresa da mineradora de carvão RAG.

Nestes dias, vieram à tona lembranças "de situações igualmente dramáticas na mineração alemã". Assim, "ao lado de toda a alegria", fica patente "sob que condições duras os mineiros de todo o mundo realizam o seu trabalho".

Também Michael Vassiliadis, presidente do sindicato dos mineradores IG BCE, parabenizou os companheiros do Chile: "É fantástico que eles voltem à luz do dia após mais de dois meses". Os mineiros alemães também estão orgulhosos pelo fato de, na espetacular operação de resgate, ter sido empregada uma tecnologia desenvolvida em seu país. Trata-se de uma cabeça para perfuração vertical autocontrolada, conhecida como "RVD-System".

"Esperamos que se tirem lições desse acidente, e apoiamos os mineiros chilenos em sua luta por condições de trabalho mais seguras", comentou Vassiliadis.

Chile / Bergarbeiter / Rettung
Cápsula de resgate FênixFoto: AP

Especialista emocionado

Entrevistado pela Deutsche Welle durante o processo de salvamento, o professor Per Nicolai Martens, da Escola Superior Técnica da Renânia-Vestfália (RWTH), em Aachen, se disse tanto comovido com o lado humano do resgate, quanto admirado e fascinado pelo aspecto técnico.

"Sinto grande respeito por essa capacidade tão alta de rendimento. É importante recordar que, de início, quando os 33 mineiros foram encontrados com vida, 17 após o acidente, havia muito pouca esperança de que o resgate tivesse êxito. E a operação está se realizando muito antes e muito mais rápido do que se havia planejado inicialmente."

Prof. Per Nicolai Martens
Prof. Per Nicolai MartensFoto: RWTH Aachen

O especialista em mineração de Aachen comparou o presente caso com a realidade em outros locais: "No Chile, a mineração está concentrada na extração de metais preciosos. Em outros países, extrai-se principalmente carvão mineral, e tanto as minas como o processo de extração são distintos. Na realidade, são poucos os casos de perfurações de resgate. Na Alemanha tivemos dois casos, um há pouco mais de meio século, na cidade de Gelsenkirchen. Na Áustria, um único mineiro foi resgatado no espaço de dez anos. Na realidade, esses casos são raros no mundo".

Martens confirmou que há lições a serem tomadas desse episódio. Uma é que "no futuro – se chegar a acontecer outra vez algo parecido – os trabalhos de resgate sejam mais eficientes. Seguramente também se tomarão medidas para modificar a legislação relativa à tomada de decisões em termos de segurança, nestes casos", complementou.

AV/dw/dpa/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer

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