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Siemens aposta em aumento dos lucros

Thiago Barbosa17 de janeiro de 2002

O fraco desempenho da companhia no último trimestre não inibiu o otimismo dos acionistas.

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Sede da empresa alemã em Munique, onde foi realizada a assembléia dos acionistasFoto: AP

O plano de reestruturação do conglomerado Siemens ganhou a simpatia dos acionistas da multinacional alemã e encheu a bola do presidente Heinrich von Pierer. O primeiro trimestre do ano de negócios, começado em primeiro de outubro, teve lucros inferiores ao mesmo período do exercício 2000/2001.

Apesar das inseguranças da atual conjuntura econômica mundial, Heinrich von Pierer aposta em um crescimento dos lucros da Siemens para o ano 2001/2002. No ano anterior a multinacional sofreu uma redução da sua margem de lucro de 8,9 para 2,1 bilhões de euros (de 18,5 para 4,3 bilhões de reais). Por outro lado, o faturamento teve um aumento de 15%, atingindo 82,3 bilhões de euros (171 bilhões de reais).

Um dos motivos da melhora da situação da Siemens está relacionada às vendas das ações da Infineon. O presidente da multinacional alemã também ressaltou o bom desempenho no fechamento de contratos e faturamento capitalizado entre os meses de outubro e dezembro. Os números exatos do período só serão divulgados oficialmente no dia 23 de janeiro.

Mesmo com a melhora do primeiro trimestre deste exercício em relação ao último do exercício anterior, os planos de reestruturação do conglomerado não vão poupar o corte de 20 mil funcionários mundo afora. "O que diz respeito a cortes de pessoal, estamos atravessando o pior momento", disse Heinrich von Pierer.

Cobrança –

Na assembléia geral realizada nesta quinta-feira (17), em Munique, os acionistas da maior indústria eletrônica da Alemanha avaliaram os pontos positivos e negativos da atual diretoria. Entre os pontos criticados estão a empresa de informática e telecomunicação ICN e o fraco desenvolvimento nos Estados Unidos. Os elogios ficaram por conta da rápida reação de Heinrich von Pierer aos resultados negativos do último exercício.

Pela primeira vez a atuação da Siemens no mercado americano superou suas atividades na Alemanha, mas a diretoria está sendo pressionada pelos acionistas a aumentar o seu leque de atividades e mercados, para não ficar tão vulnerável. "A crise no setor de telecomunicações mostra como é necessário a Siemens ter um portfólio mais abrangente", disse Wolfgang Niemann, do clube de acionistas.

A ICN foi a maior perda da companhia no ano de negócios 2000/2001. A subsidiária de informática e telecomunicações amargou um prejuízo de 861 milhões de euros (1,7 bilhão de reais) em impostos, juros e desvalorização das ações. Os números negativos poderão custar o emprego de dez mil pessoas.

No outro lado da balança está o segmento de telefonia móvel, muito incentivado pelas vendas no mercado americano. A Siemens vendeu nove milhões de aparelhos nos últimos três meses em todo o mundo. A multinacional também já anunciou um contrato para o fornecimento de dois milhões de celulares para a T-Mobile, uma subsidiária da Deutsche Telekom.

Repercussão –

O balanço final da reunião da Siemens teve saldo positivo para a diretoria da multinacional e principalmente para os acionistas, que viram seus papéis se valorizando quase 5% e ultrapassando o valor unitário de 72,50 euros (151 reais) no pregão desta quinta-feira, na Bolsa de Frankfurt. A valorização das ações da gigante de eletrônicos colaborou para a recuperação do índice DAX, que ultrapassou os cinco mil pontos.