Terremoto deixa rastro de devastação no Equador
17 de abril de 2016O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, anunciou a mobilização de 10 mil soldados das Forças Armadas e 3.500 policiais para as áreas afetadas neste sábado (16/04) pelo terremoto na costa norte do país.
O número de mortos no tremor 7,8 pontos na Escala Richter, registrado às 18h58, hora local (20h58 em Brasília), já sobe a pelo menos 246, além de mais de 580 feridos. Glas agradeceu o "patriotismo e solidariedade" das "forças de segurança, médicos e trabalhadores que se mobilizaram para socorrer as vítimas da tragédia".
Estendendo sua gratidão aos "alcaides e prefeitos de todo o país que enviaram maquinaria e víveres, assim como aos empresários que se solidarizaram", o vice-presidente assegurou: "Nenhum equatoriano está só. Somos uma nação forte, solidária, que está unida e sairá fortalecida desta emergência."
Quito declarou estado de emergência nas províncias de Esmeraldas, Manabí, Guayas, Santo Domingo de los Tsáchilas, Los Ríos e Santa Elena, assim como estado de exceção em todo o território nacional.
"Catastrófico"
Áreas litorâneas no noroeste do país mais próximas ao terremoto foram as mais afetadas, incluindo Pedernales, uma estância turística com praias e palmeiras, e Cojimies. Mas a informação sobre a região era escassa devido à comunicação ruim e o caos nos transportes.
"Há pessoas presas em vários locais e estamos começando as operações de resgate", disse Glas, antes de embarcar em um avião para a área. Segundo ele, o número de 246 mortos e 588 feridos provavelmente vai subir. Foi declarado estado de emergência em seis províncias.
"Há vilarejos que estão completamente devastados", disse em entrevista ao rádio o prefeito de Pedernales, Gabriel Alcivar, acrescentando que "dezenas e dezenas" morreram na zona rústica.
"O que aconteceu aqui em Pedernales é catastrófico".
Em Guayaquil, a maior cidade do Equador, destroços enchiam as ruas, e uma ponte caiu sobre um carro.
"Foi aterrorizante, estávamos todos apavorados e ainda estamos nas ruas porque estamos com medo de novos tremores", disse o segurança Fernando Garcia, em Guayaquil.
Assistência europeia
A União Europeia manifestou solidariedade para com o Equador, anunciando que, a pedido das Nações Unidas, foi ativado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, com o fim de fornecer know-how na avaliação de danos e estudar o eventual envio de auxílio e equipagem.
"O Equador foi golpeado por um terremoto mortal que causou múltiplas vítimas. Nossos pensamentos estão com elas, suas famílias e seus amigos, assim como com todas as pessoas afetadas", declararam a chefe da diplomacia da UE Federica Mogherini, e o comissário europeu par Ajuda Humanitária, Christos Stylianides.
Além dos 28 países-membros da UE, o Mecanismo de Proteção Civil integra, ainda, a Islândia, Montenegro, Noruega, Sérvia, Macedônia e Turquia. No passado, o sistema de apoio em desastres naturais ou humanitários foi mobilizado para terremotos no Chile e no Haiti, assim como em incêndios florestais em vários pontos da Europa e da Ásia.
O papa Francisco lembrou neste domingo, em Roma, as vítimas dos abalos sísmicos tanto no Equador como no Japão, transmitindo condolências aos sobreviventes. "Rezemos pela população. Que a ajuda de Deus e de seus irmãos lhes de força e apoio", conclamou o pontífice argentino diante de milhares de ouvintes. Os tremores dos últimos dias no Japão já causaram 41 mortes.
AV/efe/rtr/dpa