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CriminalidadeMoçambique

Ataque em Namapa provoca mortes e caos em Nampula

DW (Deutsche Welle)
26 de dezembro de 2024

Cinco membros das forças de segurança, incluindo um chefe, foram mortos por Naparamas em Namapa, Nampula. O grupo saqueou, incendiou edifícios públicos e libertou prisioneiros, deixando a vila num caos.

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Refugiados de Cabo Delgado em Nampula (Foto de arquivo)
Ataque deixou vila de Namapa em sobressaltoFoto: Sitoi Lutxeque/DW

Cinco elementos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, incluindo o chefe das operações do Comando Distrital da Polícia em Erati, foram mortos na quinta-feira, 25 de dezembro, na vila de Namapa, sede distrital de Erati, província de Nampula. O ataque foi conduzido por Naparamas, um grupo de guerreiros tradicionais que reivindica o uso de magia como proteção e armas de combate.

Os Naparamas invadiram primeiro o Comando Distrital da Polícia, que vandalizaram e incendiaram, antes de se dirigirem à penitenciária local, onde libertaram todos os reclusos. Seguiram-se atos de destruição e saque na residência do administrador e em edifícios públicos, incluindo o tribunal e depósitos de medicamentos. "A vila está sem segurança. Quem conseguiu escapar fugiu para as matas", relatou um funcionário público sob anonimato.

Contestação eleitoral na origem dos ataques

Segundo fontes locais, os Naparamas têm ligações às manifestações contra os resultados das eleições gerais, recentemente validadas pelo Conselho Constitucional, que confirmaram a vitória de Daniel Chapo e da FRELIMO.

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Os ataques começaram na noite de 24 de dezembro, quando o grupo, vindo de Namiroa, uma localidade a 70 quilómetros de Namapa, entrou na vila. "Foram ao Comando da Polícia, incendiaram o edifício, libertaram prisioneiros e vandalizaram a residência do administrador", descreveu um residente.

Elvira Saide, uma habitante de Namapa, relatou o clima de terror vivido na vila. "Já não temos comando, tribunal, administração nem depósito de medicamentos. Tudo foi queimado", disse.

Funcionários públicos e população em fuga

Com o agravamento da violência, vários funcionários públicos abandonaram a vila e refugiaram-se em localidades próximas. O administrador local e outras hierarquias do governo distrital também fugiram de Erati.

Um professor da região, Rachide Fernando, descreveu o cenário de caos: "Houve muitos disparos, mas a polícia fugiu depois de perder elementos. Os Naparamas ficaram e incendiaram tudo. Alguns populares uniram-se ao grupo e saquearam um banco, levando dinheiro."

Até ao momento, as autoridades policiais da província de Nampula não emitiram qualquer declaração sobre os incidentes. A situação na vila de Namapa permanece instável, com edifícios públicos destruídos e a administração paralisada.

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