"Vou tomar posse como Presidente eleito a 15 de janeiro"
11 de dezembro de 2024Em Moçambique, o candidato presidencial suportado pelo partido PODEMOS, Venâncio Mondlane, prometeu, esta terça-feira (10.12), mais protestos contra os resultados das eleições gerais de 9 de outubro e afirmou que tomará posse como "Presidente eleito" no dia 15 de janeiro de 2025 sem esclarecer como alcançará esse objetivo.
"Dia 15 de janeiro de 2025 vou tomar posse como Presidente eleito de Moçambique", anunciou em mais uma live na sua página do Facebook, canal que tem utilizado para as suas comunicações ao país.
O candidato presidencial garantiu ainda que as manifestações em curso no país vão continuar. E anunciou uma série de medidas até 15 de janeiro de 2025, nomeadamente, a livre circulação nas portagens em todo o país e a suspensão de pagamentos de impostos.
Próxima fase anunciada a 16 de dezembro
"Amanhã (quarta-feira), terminaremos a nossa quarta fase, mas as manifestações não vão parar, vamos dar um tempo e depois iniciaremos a fase do turbo V8 que será anunciada na segunda-feira (16 de dezembro)", disse.
A quarta fase de protestos, que começou na última quarta-feira, trouxe bloqueios das estradas que dão acesso à capital do país, Maputo, e outras vias interprovinciais para exigir a "restituição da verdade eleitoral", de acordo com os manifestantes.
"Se o regime ainda quiser manter os resultados das eleições, se os fraudadores quiserem manter a ideia de estabelecer outro governo ilegal, ilegítimo e não eleito, não teremos alternativa se não avançarmos depois desta fase", afirmou Mondlane.
"A partir de amanhã, todos os pedágios devem ser gratuitos e abertos até 15 de janeiro. Suspenderemos o pagamento de todos os impostos e taxas antes de 15 de janeiro”, acrescentou, sem explicar como essa ideia será colocada em prática.
Apesar da forte repressão policial, os manifestantes usaram pedras, troncos de árvores e pneus queimados para bloquear as principais estradas do centro da capital moçambicana, o que impediu muitos moçambicanos de chegar ao trabalho.
De acordo com a organização não governamental Plataforma Eleitoral Decide, os protestos pós-eleitorais já fizeram pelo menos 110 mortos desde o dia 21 de outubro.