1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Momade aceita reunião se participarem todos os candidatos

DW (Deutsche Welle) | Lusa
25 de novembro de 2024

Ossufo Momade, líder da RENAMO, aceita o convite do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para uma reunião sobre a situação pós-eleitoral, desde que participem os quatro candidatos presidenciais que concorreram.

https://p.dw.com/p/4nNrU
Daniel Chapo, Lutero Simango, Ossufo Momade e Venâncio Mondlane, os 4 candidatos à presidência da República de Moçambique
Candidatos presidenciais Daniel Chapo, Lutero Simango, Ossufo Momade e Venâncio Mondlane Foto: ALFREDO ZUNIGA/AFP/Getty Images/Nádia Issufo/DW/Bernardo Jequete/DW/Cristiane Vieira Teixeira/DW

"Este encontro só faz sentido na presença de todos os candidatos", disse o porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Marcial Macome, no final de uma reunião da comissão política do maior partido da oposição, realizada este domingo (24.11), em Maputo.

O porta-voz da RENAMOadmitiu, no entanto, que, por questões de segurança, algum candidato participe de forma remota. O candidato presidencial Venâncio Mondlane já disse que aceita o encontro proposto por Filipe Nyusi desde que seja "por via virtual".

Para esta reunião, a RENAMO levará pontos como a anulação do processo eleitoral envolvendo as eleições gerais de 9 de outubro, com alegações de várias irregularidades, e também quer que "todos os candidatos reconheçam que este processo não foi livre, nem justo, muito menos transparente", disse Macome.

O candidato Lutero Simango, líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), já pediu a anulação das eleições gerais e a repetição da votação, com os mesmos argumentos. Simango já confirmou que aceita participar no encontro com Filipe Nyusi, desde que estejam todos os quatro candidatos.

Ainda não é conhecida a posição do candidato Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, partido no poder), sobre a participação na reunião.

RENAMO exige novas eleições e "criação de Governo de gestão"

Rejeitado diálogo "à porta fechada" 

A reunião para "discutir a situação do país no período pós-eleitoral" proposta pelo chefe de Estado moçambicano deverá ter lugar no gabinete de Filipe Nyusi, em Maputo, na terça-feira (26.11), às 16:00, envolvendo Daniel Chapo, Venâncio Mondlane, Lutero Simango e Ossufo Momade.

Numa mensagem à nação, na semana passada, Filipe Nyusi defendeu que "os moçambicanos têm de estar juntos para resolvermos os problemas" e disse que o Governo está aberto a encontrar "uma solução" para o atual momento, marcado por paralisações e manifestações convocadas por Venâncio Mondlane.

O candidato apoiado pelo Partido Otimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), que contesta a atribuição da vitória por 70,67% dos votos a Daniel Chapo anunciada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) - resultados que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional - rejeita um diálogo "à porta fechada" e com "segredinhos".

Num documento submetido à Presidência da República e à Procuradoria-Geral da República (PGR), Mondlane propõe um formato alargado com a participação de instituições do Estado, individualidades da sociedade moçambicana e observadores (Nações Unidas e União Africana).

Nos termos de referência, o candidato exige ainda a extinção imediata dos "ilegais, parciais e imorais" processos judiciais contra si. Sugere também 20 pontos de agenda para o encontro, que, segundo Venâncio Mondlane, "representam os anseios do povo moçambicano". O primeiro dos pontos enumerados é a reposição da verdade e justiça eleitorais.

Moçambique: Eleições foram a "gota" que transbordou o copo