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Scholz perde moção de confiança

Raquel Loureiro | DW (Deutsche Welle)
16 de dezembro de 2024

Dos 733 deputados do Bundestag, 394 votaram contra o Governo, o que abre caminho a eleições antecipadas a 23 de fevereiro na Alemanha. Cabe ao Presidente Steinmeier decidir.

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Alemanha – Berlim 2024 – Voto de confiança do chanceler Scholz no Bundestag
Chanceler alemão Olaf ScholzFoto: Lisi Niesner/REUTERS

O Parlamento alemão votou hoje (16.129 contra a moção de confiança solicitada pelo chanceler Olaf Scholz, após o fim da 'coligação-semáforo' que levou à atual crise política na Alemanha. Dos 733 deputados do Bundestag, 394 votaram contra o governo - o que abre caminho a eleições antecipadas a 23 de fevereiro.

De manhã, num discurso de cerca de meia hora antes da votação, o ainda líder do executivo alemão deixou críticas aos antigos parceiros de governação. "[A política] exige maturidade moral. Quem entra para um governo assume a responsabilidade por todo o país”, afirmou Scholz.

O chanceler alemão criticava assim Christian Lindner, ex-ministro das Finanças do Partido Democrático Liberal (FDP, sigla em alemão), cuja demissão fez cair a coligação que o seu Partido Social Democrata (SPD, sigla alemã), tinha com os Verdes e os liberais do FDP.

Na mesma ocasião, Scholz falou das medidas que quer implementar no país caso venha a ser reeleito nas eleições antecipadas e previstas para o próximo mês de fevereiro. O chanceler defendeu a redução do IVA na alimentação e o aumento do salário mínimo nacional.

Investir na defesa e segurança

Olaf Scholz disse ainda que não há forma de colmatar a falta de mão de obra sem trabalhadores estrangeiros e frisou que quer que a Alemanha continue a apoiar Kiev, tendo defendido "investimentos maciços” na área da defesa.

"Atualmente, uma potência nuclear altamente armada está a travar uma guerra na Europa a apenas duas horas de voo daqui. Temos de investir maciçamente na nossa segurança e defesa”, afirmou.

Ao mesmo tempo, voltou a garantir que não irá enviar soldados alemães para a Ucrânia e reafirmou que não quer contribuir para a escalada do conflito. Uma ideia contrária defendeu o líder da oposição CDU, que já se mostrou aberto ao envio de mísseis Taurus alemães para a Ucrânia.

Alemanha – Berlim - Friedrich Merz abre reunião do grupo parlamentar da CDU no dia do voto de confiança do chanceler alemão Scholz
No seu discurso, no Bundestag, Friedrich Merz, que lidera as sondagens para as próximas eleições, não poupou nas críticas ao legado de ScholzFoto: Axel Schmidt/REUTERS

No seu discurso esta segunda-feira, no Bundestag, Friedrich Merz, que lidera as sondagens para as próximas eleições, não poupou nas críticas ao legado de Scholz. "Está a deixar o país numa das maiores crises económicas da história do pós-guerra (…)”, disse. "Eu estive a ouvir com atenção, o conceito de "competitividade” da economia alemã não apareceu uma única vez no seu discurso desta manhã”, criticou Merz.

Com esta votação no Parlamento alemão, cabe agora ao Presidente Frank-Walter Steinmeier decidir se dissolve o Bundestag. Steinmeier  tem 21 dias para o fazer e para convocar eleições que deverão acontecer num prazo de 60 dias. 

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