Parlamento espanhol rejeita Rajoy em primeira votação
28 de outubro de 2016O Parlamento da Espanha rejeitou nesta quinta-feira (27/10) a reeleição de Mariano Rajoy, líder do Partido Popular (PP), como presidente do governo. Foram 170 votos favoráveis e 180 contrários – eram necessários 176 votos para a maioria absoluta num Congresso composto por 350 assentos.
Nessa primeira votação, o político recebeu 137 votos de sua própria legenda, o conservador PP, além de outros 32 votos do liberal Ciudadanos e um voto único da Coalizão Canária. Já os contrários vieram de 85 deputados do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), 71 da coalizão de esquerda Unidos Podemos e 24 de outras legendas nacionalistas que completam o Parlamento.
No próximo sábado, 29 de outubro, acontece a segunda votação de investidura de Rajoy, que ocupa a chefia de governo de forma interina após tê-la exercido entre 2011 e 2015. No novo pleito, que exige apenas maioria simples, a vitória é praticamente certa, graças à abstenção anunciada do PSOE.
No domingo, após dez meses de impasse político, o partido socialista decidiu, por 139 votos a 96, que seus deputados vão se abster de votar contra uma nova candidatura de Rajoy na decisão de sábado.
Ao ceder, o PSOE foi muito criticado pela esquerda reunida na coligação Unidos Podemos que, apesar de ter menos deputados do que os socialistas, quer liderar a oposição a Rajoy a partir de agora.
Se tudo ocorrer como esperado, e o chefe interino de governo sair vitorioso na votação de sábado, ele pode tomar posse no domingo ou, no máximo, na segunda-feira, 31 de outubro – último dia do mês e prazo limite para evitar a convocação de novas eleições, como estipula a Constituição espanhola.
O líder do PP já falhou numa primeira tentativa de investidura em setembro no Parlamento espanhol, quando contou com o apoio do Ciudadanos e da deputada da Coalizão Canária, tanto na primeira como na segunda votação, e a oposição de todos os outros partidos.
O Partido Popular foi a legenda mais votada nas eleições de 20 de dezembro de 2015 e 26 de junho deste ano, mas não conseguiu a maioria absoluta ou o apoio necessário para formar um governo.
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