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Perseidas: chuva de meteoros na Terra

11 de agosto de 2015

Lua nova facilita visualização do espetáculo anual, que pode proporcionar até cem "estrelas cadentes" por hora e deve ser especialmente intenso em 2015. Fenômeno será mais nítido no Hemisfério Norte.

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Foto: picture-alliance/dpa/O. Berg

A chuva de meteoros das Perseidas – que ocorre anualmente entre os meses de julho e agosto – deve ser particularmente espetacular neste ano. Segundo astrônomos, um céu mais escuro do que o normal deve criar condições ideais para observar as populares "estrelas cadentes".

O espetáculo atingirá o seu pico durante a noite de quarta-feira para quinta-feira (13/08), quando até cem destes riscos luminosos poderão ser vistos sobretudo no Hemisfério Norte – o fenômeno é menos perceptível nos países abaixo do equador.

Além disso, os observadores amadores podem contar com um fato favorável: segundo especialistas, o brilho da Lua não interferirá na observação da chuva de meteoros, pois o satélite natural da Terra está se aproximando de sua fase mais escura – a chamada "lua nova".

"Será um show espetacular neste ano", diz o astrônomo Morgan Hollis, da Real Sociedade Astronômica (RAS, sigla em inglês). "Será possível ver muito mais do que o normal."

A chuva de meteoros – nomeada Perseidas por parecer vir da constelação de Perseus – tem seu pico quando a Terra atravessa um rastro de meteoros. O espetáculo de luz entre meados de julho e meados de agosto provém da cauda do cometa Swift-Tuttle, que oscila em torno do Sistema Solar com período orbital de 133 anos, depositando detritos na órbita da Terra toda vez que se aproxima do Sol.

Os sedimentos – basicamente formados por gelo e rocha – sofrem atrito e se desintegram quando entram a cerca de 60 quilômetros por segundo na atmosfera terrestre, formando os flares, ou pela linguagem popular, as estrelas cadentes. Ocasionalmente, riscos luminosos mais longos podem ser vistos.

Norte do Brasil: melhor visão

O espetáculo, porém, será melhor visualizado no Hemisfério Norte, ou seja, quanto mais ao sul da Linha do Equador, pior será a visualização da chuva. Assim, as regiões Norte e Nordeste do Brasil terão as melhores chances de observar o fenômeno natural, devido à trajetória do cometa.

Ao contrário de outros eventos celestiais, não é preciso uma tecnologia especial para assistir à chuva das Perseidas. Basta procurar lugares pouco iluminados e altos, longe de edifícios e árvores, para que a luz dos meteoros não seja ofuscada pela luz artificial. Ou seja, quem mora nas grandes cidades brasileiras terá mais dificuldade em observar a chuva a olho nu.

"Quanto mais a pessoa conseguir ver o céu, melhor", diz a astrônoma Affelia Wibisono, do Observatório Real de Greenwich. "Não será necessário usar binóculos ou telescópios. Na verdade é até melhor observar somente com os olhos."

As Perseidas são também conhecidas como as "lágrimas de São Lourenço". O santo, um dos primeiros diáconos da Igreja, foi torturado até a morte pelos romanos em 10 de agosto de 258 – justamente a data na qual, todo ano, ocorre o acúmulo dos detritos do cometa. A chuva das Perseidas tem sido observada ao longo dos últimos dois mil anos, com o primeiro registro conhecido datado no ano de 36, na Ásia.

PV/afp/dpa/ots